A Turquia efetuou na noite de sábado uma operação aérea “contra alvos terroristas no norte de Síria e do Iraque” após a morte de 12 dos seus soldados em dois dias, anunciou o ministério da Defesa turco. Os militares foram mortos em dois ataques separados contra bases militares turcas na sexta-feira e sábado no norte do Iraque, segundo um balanço do ministério.

Em comunicado divulgado na sua página digital, o ministério precisa que “29 alvos, incluindo grutas, ‘bunkers’, abrigos, instalações petrolíferas e armazéns foram destruídos” no decurso da operação que decorreu “às 22:00 [19:00 em Lisboa] de 23 de dezembro”.

O Observatório sírio de direitos humanos (OSDH) assinalou na noite de hoje ataques contra duas instalações petrolíferas no nordeste da Síria, perto da fronteira turca, sem revelar vítimas. Ao início da noite, o ministério da Defesa turco anunciou a morte de “12 heróicos camaradas (…) tombados como mártires num confronto com terroristas que tentaram infiltrar-se numa base na região da operação Garra Cerrada”.

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Ancara tinha antes anunciado a morte de seis outros soldados no norte do Iraque, no decurso de um ataque registado na noite de sexta-feira e atribuído ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a guerrilha curda da Turquia e considerado um “grupo terrorista” pelo Governo turco e aliados ocidentais. Segundo os ‘media’ turcos, as bases militares turcas atacadas na sexta-feira e hoje situam-se em Hakurk e Zap.

O Presidente Recep Tayyip Erdogan prometeu que os “pérfidos separatistas vão prestar contas pelo sangue que verteram”, e prometeu “prosseguir com determinação a nossa estratégia de eliminar o terrorismo na sua origem até à eliminação do último terrorista”. As Forças Armadas turcas, a segunda maior força militar da NATO, efetua com regularidade operações militares terrestres e aéreas contra os combatentes do PKK e as suas posições no norte do Iraque, no Curdistão autónomo, ou na região montanhosa de Sinjar.

Nos últimos 25 anos a Turquia instalou dezenas de bases militares no Curdistão iraquiano para combater a guerrilha curda da Turquia, que também possui bases recuadas nessa região. O PKK, que desencadeou em 1984 uma rebelião armada contra Ancara, reivindicou em outubro passado um ataque contra a sede do ministério do Interior turco em Ancara que provocou ferimentos em dois polícias e a morte de dois atacantes.