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A pressão da Ucrânia junto dos seus aliados — sobretudo a nível financeiro — continua a aumentar. Desta vez, foi o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, quem veio “fazer soar os alarmes” sobre a situação financeira do país, como escreve a Bloomberg, adiantando que o governante já pediu uma reunião de emergência para janeiro com os parceiros internacionais que têm doado dinheiro à Ucrânia.

Num momento em que vários aliados, como os Estados Unidos e a União Europeia, começam a ter dificuldades em enviar os volumosos pacotes de ajuda que tinham previsto atribuir à Ucrânia, o governo começa a dar sinais de grande preocupação, falando uma situação de “incerteza excecionalmente elevada” relativamente ao orçamento do próximo ano.

Na carta que dirigiu a um grupo que “supervisiona” fundos internacionais, citada pela Bloomberg, o primeiro-ministro ucraniano deixa claro que o financiamento é necessário já para o próximo mês e que deve ser canalizado para as necessidades principais da Ucrânia. “Dificilmente será possível ter qualquer discussão sobre recuperação e reconstrução de projetos, quando temos dificuldades em responder às prioridades de sobrevivência para 2024”, alerta.

“Para garantir a estabilidade macroeconómica, é imperativo que recebamos financiamento externo suficiente, rápido e previsível, a começar em janeiro de 2024”, escreve o governante.

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Tudo isto acontece apenas um dia depois de a vice primeira-ministra e ministra da Economia ucraniana, Yulia Svyrydenko, ter vindo avisar que a Ucrânia pode ter de adiar o pagamento de milhões de pensões e salários de funcionários públicos caso os Estados Unidos e a UE não entreguem os pacotes financeiros que tinham prometido, logo no início do ano que vem.

Falhas nesses apoios fariam com que a economia da Ucrânia voltasse ao “modo de sobrevivência”, do qual tinha recuperado em 2023, com um aumento do crescimento do PIB, alertou, garantindo que o país precisa de ajuda dos seus aliados com “urgência”.

Enquanto a Ucrânia diz precisar de 37 mil milhões de euros em ajudas no próximo ano, o governo norte-americano tenta fazer passar, no congresso, um pacote de 60 mil milhões — até ver sem sucesso, dado que não há acordo entre democratas e republicanos, que querem em troca políticas de imigração mais restritivas — e a UE vê a sua proposta de apoio (50 mil milhões em quatro anos) vetada pela Hungria, tendo planos para tentar novo encontro entre os líderes europeus em fevereiro.

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Em outubro, o ministro das Finanças, Serhiy Marchenko, admitia que se tornava cada vez mais difícil assegurar ajudas no meio do “cansaço” e da “fraqueza” dos aliados. “Eles gostariam de se esquecer da guerra mas ela ainda está a acontecer, a todo o gás”, disse à margem de encontros do FMI e do Banco Mundial, citado pela Reuters. O governante ucraniano dizia nessa altura que o país estava a precisar de fazer “o dobro do esforço” do ano anterior para “convencer os parceiros” a destinarem-lhe fundos.