A Red Bull não é alheia à concepção de hiperdesportivos, modelos com mais de um milhar de cavalos que são simultaneamente leves, gozam de um chassi eficaz e recorrem a apêndices aerodinâmicos para se tornarem mais bem comportados para lá dos limites de aderência. A primeira incursão por este restrito segmento de supercarros foi realizada de mão dada com a Aston Martin, para quem Adrian Newey, o engenheiro-chefe da equipa de F1 Red Bull Racing, concebeu o Valkyrie.

Depois da parceria com o construtor inglês, tudo indica que agora a Red Bull vai avançar sozinha com aquele que denomina RB17 e que define como “não sendo um F1”, mas “tão pouco é um carro de estrada”. Não pretendendo ser homologado como veículo para circular na via pública, fica assim livre para extrair o máximo de potência e atingir a maior eficácia em pista, uma vez que não tem de respeitar limites de ruído, conforto ou não montar apêndices aerodinâmicos que possam colocar em perigo peões, na hipótese de um hipotético atropelamento.

A Red Bull pretende certamente que o RB17 seja mais rápido em pista do que todos os rivais directos, do Bugatti Bolide aos Gordon Murray T.50, Aston Martin Valkyrie e Mercedes-AMG One. Especialmente estes dois últimos, que defendem as cores de duas outras equipas de F1 com quem a Red Bull se bate regularmente (e com sucesso), sendo que a Aston Martin oferece igualmente a versão AMR Pro do Valkyrie, destinada apenas a uma utilização em circuito.

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Sabe-se que o hiperdesportivo contará com 1250 cv, extraídos de um V8 biturbo que não será herdado de nenhum outro construtor, mas sim fabricado de propósito. E se tivéssemos de apostar, colocaríamos as nossas fichas na Cosworth, com muita experiência em V8 – foi esta empresa britânica que construiu as unidades que animaram a F1 durante décadas – e que é a fornecedora do V12 que anima o Aston Martin Valkyrie.

Com apenas 900 kg de peso, de acordo com o que foi revelado à Sky Sports por Christian Horner, director da equipa Red Bull Racing de F1, o RB17 vai reforçar a potência do V8 sobrealimentado com um sistema KERS similar aos que equipam os F1 modernos. Norner não especificou quantos são os motores eléctricos que ajudam a unidade de combustão, se estão acoplados ao motor ou ao eixo dianteiro (o que talvez não se justifique para um hiperdesportivo apenas para pista), ou se fazem igualmente mover os turbocompressores, para evitar o tempo de resposta da turbina ao acelerador.

A Red Bull irá produzir apenas 50 unidades do RB17, à razão de 15 unidades por ano, com o primeiro cliente a receber o seu em 2025, um ano depois da apresentação pública do modelo. Isto dá algum tempo para que os potenciais interessados comecem a preparar 5 milhões de libras, aproximadamente 5,82 milhões de euros.