Os dois detidos pela Polícia Judiciária (PJ) na Amadora por raptarem e agredirem um homem por uma dívida de 80 mil euros ficaram em prisão preventiva, por decisão judicial, informou fonte daquela polícia.

A detenção dos suspeitos foi anunciada na sexta-feira, mas a história remonta a quarta-feira, quando o homem foi alegadamente raptado, sob ameaça de arma de fogo, numa estação de Metro da Amadora por uma dívida de 80 mil euros provenientes de negócios de “proveniência duvidosa”, disse à Lusa uma fonte da PJ.

Fonte da Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da PJ adiantou à agência Lusa que aquela estrutura começou por investigar o rapto de um homem, mas acabou a investigar também um outro rapto, sob ameaça de arma de fogo, de uma pessoa que não estaria diretamente ligada ao negócio.

Segundo a PJ, os dois detidos, de 37 e 39 anos, faziam parte de um grupo com mais três, que se puseram em fuga e ainda não foram localizados pela PJ. O grupo teve na passada quarta-feira um encontro, na zona da Amadora, com uma das vítimas para este lhes entregar ou comprovar uma transferência de 80 mil euros resultantes de um negócio de “origem duvidosa”.

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Na altura, o homem, de 41 anos, terá dito que tinha feito uma transferência daquele montante, mas que não tinha o comprovativo, que se encontrava no computador pessoal, que estava na posse do irmão, explicou a fonte. O homem foi então sequestrado e forçado a pedir ao irmão para se encontrar com o grupo numa das estações do Metro da Amadora, o que acabou por acontecer, disse a fonte.

Contudo, no computador não constava qualquer comprovativo da transferência, pelo que o irmão também acabou por ser raptado e agredido, até os raptores perceberem que este não teria nada a ver com o negócio, libertando-o após várias horas.

O devedor deslocou-se entretanto a uma esquadra da PSP para denunciar o rapto do irmão.

A investigação de rapto acabou nas mãos da UNCT, da PJ, que viria a deter também na zona da Amadora, fora de flagrante delito, dois dos cinco autores do rapto e ofensas corporais, tendo os três restantes fugido. As investigações prosseguem para apurar mais factos, bem como a identidade dos raptores em fuga.

Uma nota anterior da PJ, a dar conta da detenção dos dois suspeitos, já afirmava que “a vítima foi atraída a um local público, na localidade da Amadora, de onde foi levada à força, tendo ficado privada da liberdade durante várias horas, sujeita a agressões físicas e constantes ameaças contra a sua vida, com recurso a uma arma de fogo”.

A fonte da PJ acrescentou à Lusa que os dois detidos foram presentes ao Tribunal da Amadora na sexta-feira, mas que, por motivos de greve, foram apenas identificados, tendo ficado marcado para hoje, no Tribunal da Comarca de Sintra, o primeiro interrogatório judicial, tendo o Juiz de Instrução Criminal decretado a prisão preventiva de ambos.