A vitória frente à Cremonese nos oitavos da Taça de Itália e a forma como a equipa conseguiu reagir ao golo inaugural do conjunto da Serie B no Olímpico parecia apontar para um 2024 diferente para a Roma, que a seguir a um início de temporada ziguezagueante foi acertando o passo não só na Serie A mas também nas restantes competições. Aliás, foi nesse hiato que se discutiu uma possível abordagem da seleção brasileira a José Mourinho (desmentida depois pelo próprio) e também a hipótese de renovação do treinador português com os giallorossi, numa decisão que já não contaria com Tiago Pinto na mesa das conversações por estar em vias de deixar o conjunto romano no final do mês. No entanto, num ápice, tudo pode mudar no futebol e foi assim que um possível prolongamento de vínculo para lá de 2024 passou a um eventual despedimento.

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De acordo com a Sportmediaset, Mourinho terá o lugar em risco depois de mais um desaire para a Serie A, neste caso na deslocação a San Siro para defrontar o AC Milan (numa partida em que o português esteve fora do banco por castigo após ser expulso contra a Atalanta). Após a eliminação na Taça de Itália com um desaire pela margem mínima diante do rival Lazio, os giallorossi estavam proibidos de perder mais pontos mas acabaram por ceder frente a Rafael Leão e companhia, descendo assim à nona posição do Campeonato ainda que somente a cinco pontos do quarto lugar e consequente acesso à Liga dos Campeões (Fiorentina).

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Nem mesmo essa diferença “recuperável” com toda a segunda volta por jogar estará agora a servir como uma atenuante para a análise feita pelos proprietários da equipa, a família Friedkin, que estão preocupados não só com os resultados mas também com as exibições da equipa. Em paralelo, as recorrentes críticas de José Mourinho ao trabalho das equipas de arbitragem é outro fator que não tem deixados satisfeitos os dirigentes do clube. Apesar desse sentimento, a maioria dos adeptos estará ainda com o treinador português apesar da contestação que se terá feito sentir em San Siro contra Mourinho. Uma possível troca podia trazer de volta um antigo capitão romano, Danielle de Rossi, que saiu da SPAL com apenas três vitórias em 17 jogos, sendo que a Sky Italia já veio entretanto garantir que, nesta fase, a hipótese de saída não se coloca.

“Quero ser sempre leal e correto para com a Roma, é o meu dever. As minhas palavras são objetivas neste momento. Não sei quantos dérbis joguei, 150 ou 200, e foram sempre jogos especiais. Sempre entendi o que representava para os adeptos do Chelsea defrontar o Arsenal e que para os adeptos do Inter que jogar contra a Juve não é o mesmo que contra a Roma. Ganhei dérbis e o que vencemos foi uma humilhação porque aos 20 minutos estava 3-0. Os dérbis que perdemos foram sempre por detalhes ou com um erro nosso ou do árbitro. Mas demos sempre tudo e saímos de cabeça erguida. Apesar de alguns jogadores terem capacidade para dar mais, acabámos o jogo com duas oportunidades para empatar. O orgulho de ser da Roma está presente mas em campo que as pessoas percebem. Percebo que os adeptos não estejam satisfeitos, mas é preciso ver o contexto”, tinha comentado José M0urinho antes do jogo com o AC Milan.

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“Vivemos dois períodos complicados. Nos primeiros três jogos do Campeonato, somámos um ponto. Não tínhamos jogadores disponíveis e perdemos oito pontos. Atualmente, estamos a quatro pontos dos lugares de Champions [que são agora cinco]. Jogámos contra Fiorentina, Atalanta, Lazio, Juve e AC Milan com um pequeno grupo de jogadores. Quem não perceber as dificuldades… Critiquem quem quiserem mas esquecerem-se das dificuldades é uma loucura. Mesmo o jogo que ganhámos contra a Cremonese, como é que ganhámos? Kristensen jogou a defesa, Mancini jogou lesionado e fora de posição, Hujsen é uma criança e o Llorente talvez consiga jogar amanhã [domingo]. Não é correto ignorar isto. Não há comparação com as equipas que terminaram nos quatro primeiros lugares, mas somos a Roma, temos os adeptos mais incríveis que vi na minha vida e um treinador cujo nome pensam que é José Harry Mourinho Potter e por isso aumentam a exigência e a expetativa mas a verdade é que estamos a lutar por algo complicado”, frisou.