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A União Europeia (UE) e o Egito expressaram esta terça-feira “preocupação com a situação humanitária desastrosa” na Faixa de Gaza, território fustigado há quase três meses por bombardeamentos israelitas, e apelaram à entrada imediata de ajuda humanitária.

De acordo com uma declaração conjunta do bloco comunitário e do Egito, os 27 e o Cairo expressaram “preocupação com a situação humanitária desastrosa” no enclave palestiniano e apelaram “à contenção máxima” de Israel e à proteção da população de acordo com os princípios universais da legislação humanitária internacional, que obriga à proteção de civis em conflitos armados.

“Os dois lados [UE e Egito] reiteraram a necessidade de assegurar imediatamente a entrega sustentável e incondicional de ajuda humanitária e médica. A UE e o Egito estão empenhados em continuar a trabalhar juntos para aliviar o sofrimento humano dos deslocados, forçados e por outros motivos, de palestinianos em qualquer parte do território ocupado, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia” e até a parte de Jerusalém reivindicada pela população palestiniana, segundo o documento publicado após a 10.ª reunião do Conselho de Associação UE-Egito que decorreu esta terça-feira em Bruxelas.

Contudo, há uma divergência na declaração conjunta.

O Egito apela a um cessar-fogo imediato no conflito em curso entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, que tem como principal cenário a Faixa de Gaza, enquanto a UE pede “pausas humanitárias urgentes”.

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As duas partes também disseram que estão preocupadas com a violência de colonos na Cisjordânia, que “atingiu valores recorde”, indicando que “muitas comunidades palestinianas acabaram por ser despejadas forçosamente” por israelitas.

Em concordância com aquela que tem sido a posição do bloco europeu político-económico do qual Portugal faz parte, a declaração também aponta como única solução viável para o fim do conflito israelo-palestiniano a criação do Estado palestiniano com capital em Jerusalém Leste, algo reivindicado há mais de meio século pelos palestinianos e negado até hoje por Israel.

A atual guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita no sul do território israelita, que matou cerca de 1.200 pessoas e fez mais de 200 reféns (dos quais mais de 100 permanecem em Gaza), em 7 de outubro.

Em retaliação, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma ofensiva aérea e terrestre que tem provocado um elevado nível de destruição de infraestruturas na Faixa de Gaza.

A ofensiva israelita já matou mais de 25 mil pessoas na Faixa de Gaza e feriu mais de 60 mil, segundo os números mais recentes divulgadas pelas autoridades do enclave, controladas pelo Hamas.