O Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, demitiu o ministro da Economia na sexta-feira, de acordo com a imprensa estatal, após um atraso no aumento já anunciado dos preços dos combustíveis e dos transportes.

O Conselho de Estado de Cuba, liderado por Díaz-Canel, nomeou o presidente do Banco Central, Joaquín Alonso Vázquez, para substituir Alejandro Gil, o ministro da Economia cessante.

A decisão ocorre dias depois de o governo suspender um aumento de 528% nos preços da gasolina, planeado para 01 de fevereiro, culpando um ataque cibernético vindo do estrangeiro.

O Governo cubano tinha anunciado a 09 de janeiro um aumento no preço da gasolina e do gasóleo, passando de 25 pesos cubanos (95 cêntimos de euro) para 132 (cinco euros).

Ao anunciar a medida, o ministro das Finanças e dos Preços, Vladimir Reguero, garantiu que o programa visava “reanimar a economia” cubana, mergulhada numa profunda crise.

“Os impactos são diferentes para cada setor da economia”, disse Reguero na televisão estatal, considerando que os serviços de transporte, de passageiros e de carga sofrerão “um impacto maior”.

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O Governo cubano admitiu no final de 2023 que teria de aumentar os preços dos combustíveis e da eletricidade, caso contrário teria de reduzir a quantidade de alimentos e outros produtos básicos contidos nas rações distribuídas à população.

Díaz-Canel disse na altura que eram necessárias medidas difíceis para tempos difíceis.

Alejandro Gil disse que a economia de Cuba contraiu entre 1% e 2% em 2023, enquanto a inflação estava em cerca de 30%.

A crise económica em Cuba levou centenas de milhares de pessoas a tentarem abandonar o país e chegar aos Estados Unidos.

Díaz-Canel também destituiu na sexta-feira a ministra da Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, após mais de uma década no cargo. Elba Rosa Perez será substituída por Eduardo Martinez, legislador e presidente da empresa farmacêutica cubana BioCubaFarma.

A imprensa estatal informou ainda que o Ministério da Indústria Alimentar passará a ser liderado pelo deputado Alberto López, governador da província de Villa Clara, no centro da ilha.