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O mau tempo em Portugal continental causou mais de 600 ocorrências desde as 00h00 de quinta-feira, com a região do Lisboa e Vale do Tejo a ser a mais afetada até ao início da manhã desta sexta-feira, com 246 ocorrências, seguindo-se a região Norte, com 177.

Num balanço feito à Lusa pelas 09h00, Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), explicou que, desde o início do estado de alerta especial por causa das condições meteorológicas, foram registadas 609 ocorrências, a maioria quedas de árvores.

Em declarações à Rádio Observador, o comandante Pedro Araújo esclarece que a fase mais complicada foi durante a tarde de quinta-feira, nomeadamente entre as 12h e as 21h, estando este período na origem de grande parte das ocorrências.

No total, a ANEPC registou 236 quedas de árvores, em 86 situações foi necessária a limpeza de vias para remover inertes arrastados pela água da chuva e houve 74 inundações, sobretudo vias, caixas de elevadores e caves. O comandante disse não haver conhecimento de situações gravosas relativamente a estas ocorrências, mas deu conta da queda de infraestruturas, postes de telecomunicações, e placards de publicidade.

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O responsável disse que não foram registadas vítimas nem foi necessário fazer realojamentos.

O responsável alertou ainda para alguma instabilidade prevista para esta sexta-feira, com a previsão de precipitação que poderá ser localmente forte e agitação marítima igualmente forte.

Perante a continuidade do mau tempo nas próximas horas, Paulo Santos advertiu a população que tem de realizar viagens para o fazer “com muito precaução”. “Durante o dia [quinta-feira] registamos múltiplos acidentes rodoviários. O piso está muito escorregadio, há possibilidade de encontrar lençóis de água, encontrar o piso coberto com água a ocultar algum objeto ou buraco”, alertou.

Fonte dos Sapadores Bombeiros de Lisboa adiantou à Lusa que desde as 13h00 de quinta-feira registaram-se na área de atuação cerca de 80 ocorrências. Entre as tipologias, registaram-se 17 quedas de estrutura, como painéis publicitários, chapas de obras, andaimes ou janelas, dez inundações em espaços privados, cinco na via pública e oito quedas de árvore, acrescentou a mesma fonte.

Também em Lisboa, uma árvore de “grandes dimensões” caiu sobre o telhado de uma escola básica na freguesia de Alcântara, sem provocar feridos, ainda de acordo com fonte dos Sapadores Bombeiros de Lisboa. O incidente ocorreu pelas 16h30 e a zona foi isolada pelas autoridades por segurança, sendo que vão decorrer na manhã desta sexta-feira as ações por parte dos sapadores para remover a árvore.

Nas últimas horas de quinta-feira, a região Sul, do distrito de Faro, foi a mais afetada, tendo registado o maior número de ocorrências.

A ANEPC emitiu na quarta-feira um aviso à população para o risco de cheias e inundações face à previsão de chuva nas 48 horas seguintes. Onze distritos de Portugal continental estão esta sexta-feira sob aviso amarelo, devido à previsão de chuva “por vezes forte”, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Proteção Civil alerta para risco de cheias e inundações nas próximas 48 horas

Madeira: mau tempo faz cancelar mais de duas dezenas de partidas e chegadas

O mau tempo condicionou, na quinta-feira, o movimento no Aeroporto Internacional da Madeira — Cristiano Ronaldo, tendo provocado até ao início da noite o cancelamento de 14 chegadas e 13 partidas, informou a ANA – Aeroportos de Portugal.

Segundo a página da ANA, consultada pela Lusa cerca das 20h00, o último avião a aterrar na Madeira chegou às 11h48.

Além dos cancelamentos nas partidas e nas chegadas, divergiram os voos programados da Ryanair e Wizz Air Hungary oriundos de Lisboa e Katowice (Polónia), respetivamente.

A Capitania do Porto do Funchal prolongou o aviso de mau tempo para a orla costeira da Madeira até às 06h00 de sábado devido às previsões de vento muito forte, agitação marítima e má visibilidade.

A Porto Santo Line cancelou, esta sexta-feira, as viagens entre as ilhas da Madeira e Porto Santo devido ao mau tempo, no dia em que o navio Lobo Marinho regressa depois de um mês de ausência para manutenção anual.

O Lobo Marinho tinha programada uma viagem esta sexta-feira com partida às 19h00 do Funchal e regresso do Porto Santo às 22h30.

O armador informa na sua página que as viagens foram canceladas “devido à intensidade e quadrante do vento que impossibilita a atracação do navio no Porto Santo em condições de segurança”.