Existiam nomes bem melhor colocados para serem Bota de Ouro da última CAN. Victor Osimhen, Mohamed Salah ou Sébastien Haller, entre outros. No entanto, quem levou o prémio individual da competição conquistada pela Costa do Marfim foi Emilio Nsue, capitão da Guiné Equatorial. Bastaram cinco golos em quatro jogos para arrecadar o prémio que tinha uma história por trás com um sabor ligeiramente mais amargo.

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Nsue, avançado de 34 anos, joga no CF Intercity, emblema do terceiro escalão do futebol espanhol. Apesar de ser internacional pelo país africano, o jogador é natural de Palma de Maiorca. Depois de se ter destacado no clube local, que representou ao mais alto nível, acabou por rumar a Inglaterra. Aí, representou o Middlesbrough e o Birmingham. Mesmo que tenha passado a maior parte do seu percurso no Championship, conseguiu estrear-se na Premier League.

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Estes foram os tempos áureos de um jogador cuja carreira, a partir daí, esteve sempre a cair. Depois, jogou no Chipre e na Bósnia, até regressar ao país onde nasceu. Apesar de ter sido internacional jovem por Espanha, em 2015, jogou pela primeira vez ao serviço da seleção da Guiné Equatorial. Nesse mesmo ano, na primeira de três Taças das Nações Africanas em que participou, apenas com um golo marcado, teve um rendimento bastante diferente daquele que apresentou em 2024.

Na mais recente edição da competição continental, a Guiné Equatorial, que esteve presente quatro vezes na CAN ao longo da história, pela primeira vez não ficou entre as oito melhores equipas, caindo frente à Guiné Conacri. O desfecho levou a Federação a apurar responsabilidades e, “por incorrer em vários episódios de indisciplina graves antes e depois da participação da seleção na CAN”, Nsue foi suspenso da equipa “até novo aviso”, comunicou o organismo. O médio Iván Salvador recebeu o mesmo castigo. A Federação justificou a punição com a necessidade de manter um “ambiente cordial, estruturado e ordenado” dentro da estrutura.