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Depois de quatro meses de intensos combates, a cidade de Avdiivka (ou as ruínas em que se transformou) foi tomada pelo exército russo, avançam vários meios de comunicação, entre eles o jornal New York Times. A Ucrânia retirou, ainda na noite desta sexta-feira, os soldados que ainda se mantinham na cidade, abrindo, assim, caminho ao avanço das tropas russas.

Nas redes sociais, principalmente no X e no Telegram, são já muitos os vídeos que mostram as forças de Moscovo a entrarem no perímetro urbano da cidade e a hastearem a bandeira russa em vários locais. Entretanto, o Ministério da Defesa já veio reivindicar o controlo total da cidade.

“Hoje, no Kremlin, o ministro da Defesa da Rússia, o general Shoigu, confirmou ao comandante supremo das Forças Armadas russas o controlo total das tropas do comando do coronel-genearl Andrei Mordvichev na cidade de Donetsk”, pode ler-se num comunicado, citado pela agência RIA Novosti.

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Antes, a Ucrânia já tinha anunciado a retirada dos soldados da cidade. “Retirámo-nos de Avdiivka para posições preparadas com antecedência”, escreveu Oleksandre Tarnavsky, que comanda as tropas naquela zona, na plataforma Telegram. A cúpula militar ucraniana justifica a decisão com a desproporção de forças na cidade. O número de soldados ucranianos era muito inferior às forças russas e existia uma grande diferença também nos meios militares e no armamento entre os dois lados.

“Numa situação em que o inimigo está a avançar sobre os cadáveres dos próprios soldados e tem dez vezes mais obuses, esta é a única decisão correta”, disse Tarnavsky.

Ao contrário do que aconteceu em Bakhmut, a Ucrânia opta agora por preservar a vida dos soldados, assumindo uma postura estratégica diferente perante o avanço das forças russas. A decisão de retirar os soldados de Avdiivka foi a primeira grande decisão tomada pelo novo comandante das Forças Armadas ucranianas, Oleksandre Syrsky, depois de ter sido nomeado a 8 de fevereiro.“Decidi retirar as nossas unidades da cidade e passar a defender em linhas mais favoráveis”, escreveu Oleksandre Syrsky na rede social Facebook.

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Já o ministro da Defesa reconheceu a perda da cidade mas garantiu que os ucranianos vão regressar. “Voltaremos a Avdiivka”, escreveu Rustem Umerov, no Facebook. O governante voltou a sublinhar a importância de serem fornecidos à Ucrânia os meios militares necessários para a proteção do território e o combate contra o exército russo.

A captura de Avdiivka, cidade situada a cerca de 20 quilómetros a norte de Donetsk, representa a primeira grande vitória operacional do exército russo na Ucrânia desde a conquista de Bakhmut, em maio de 2023.

No entanto, segundo o Instituto para o Estudo da Guerra, a tomada da cidade não representa um ganho operacional importante. “É altamente improvável que as forças russas façam avanços rápidos e operacionalmente significativos a partir de Avdiivka”, sublinha o Instituto, acrescentando que, no máximo, a conquista “cria condições para mais ganhos táticos limitados”.

Avdiivka tinha cerca de 34 mil habitantes antes da invasão russa. Neste momento, apenas cerca de mil pessoas vivem na cidade, transformada num aglomerado de prédios destruídos pelos bombardeamentos constantes.