Só no último ano foram oito, esta época vão nos quatro mas podem ainda subir para números que superam a derradeira temporada. O dérbi entre Sporting e Benfica, para muitos o melhor jogo de futsal do mundo, vai continuando a repetir-se para gáudio dos adeptos da modalidade. No entanto, sendo verdade que as equipas, os jogadores e os técnicos são os mesmos, todos os encontros têm um contexto específico. Neste caso, não seria diferente, nem tanto pelo facto de ser jogado no Pavilhão João Rocha mas por aparecer depois de uma polémica final da Taça da Liga ganha pelos leões mas marcada pelo lance em que Taynan cortou uma jogada a um minuto e meio do final saindo do banco para a quadra. Sendo certo que a partida teria peso naquela que seria a classificação para o playoff, numa fase em que o Sp. Braga lidera a prova, essa ação ainda estaria presente no reencontro, mesmo que nenhuma das partes tivesse falado na mesma antes do jogo.

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“Os treinadores tentam sempre alterar e ajustar algumas coisas, por isso é que em todos os dérbis acontecem golos de estratégia, de situações com que não se está a contar. Pela análise que fizemos, achamos que ainda podemos melhorar mais e que podemos surpreender em algumas situações. A pressão num dérbi é igual para os dois, nós temos de fazer o nosso papel para nos aproximarmos do Sp. Braga sabendo que não dependemos só de nós pelo primeiro lugar. Agora é um dérbi. Vai ser um jogo difícil, emocional e agressivo durante os 40 minutos. Vamos ter de nos preparar. Queremos ganhar, continuar a perseguição ao líder e aumentar a vantagem para o terceiro classificado. Ainda falta muito campeonato. Cabe-nos vencer os nossos jogos ou fazer tudo o que está ao nosso alcance para o conseguir”, salientara Nuno Dias, treinador do Sporting.

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“São duas equipas que se conhecem muito bem, que estão tradicionalmente na fase de decisões, a discutir competições uma contra a outra. Isso traduz-se sempre num jogo de grande qualidade. Este jogo tem um carácter diferente porque são três pontos de uma fase regular, sabemos que a nossa Liga é decidida depois num playoff a eliminar mas também que quem melhor se preparar leva alguma vantagem, até do ponto de vista emocional. É isso que vamos à procura, uma vitória para estarmos cada vez mais fortes em termos emocionais. Os nossos adeptos vão estar presentes em grande quantidade e deixaremos tudo em campo para podermos fazer com que se sintam orgulhosos”, destacara Mário Silva, técnico do Benfica.

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Entre três dérbis na presente época, o Benfica ganhara o primeiro na final da Supertaça após prolongamento e o Sporting conseguira vencer os dois seguintes, na Luz para o Campeonato e na final da Taça da Liga. Ponto comum? O equilíbrio, algo que não se viu na noite deste sábado no Pavilhão João Rocha: após um segundo tempo de loucos com sete golos em menos de dez minutos, os leões conseguiram chegar à goleada frente aos encarnados, reforçaram o segundo lugar a dois pontos do Sp. Braga e sentenciaram a terceira posição do rival no final da fase regular com o décimo triunfo caseiro seguido na Liga em dérbis. Em paralelo, Nuno Dias, treinador que lidera o conjunto verde e branco há mais de uma década, passou a ter vitórias em mais de metade dos dérbis que enfrentou, num total de 41 triunfos, 17 empates e 23 derrotas em 81 jogos.

Depois de um início a todo o gás, com Pauleta a acertar no poste e Léo Gugiel a ficar de seguida, foi o Benfica a inaugurar o marcador com um remate à entrada da área sem hipóteses de Chishkala (8′) antes da resposta quase imediata do Sporting, com Pauleta a fazer a recarga após uma defesa de Gugiel a remate de Zicky Té 49 segundos depois. Ainda antes do intervalo, Zicky Té fez o 2-1 na sequência de um lance estudado (13′). O melhor do encontro estava guardado para os dez minutos depois do descanso: Tomás Paçó aproveitou a vantagem númerica pela expulsão por acumulação de amarelos de Diego Nunes e fez o 3-1 (23′), Arthur reduziu 30 segundos depois (24′), Merlim aumentou para 4-2 num lance em que Léo Gugiel ficou mal na fotografia (24′), Arthur bisou logo a seguir com mais um grande golo (24′), Zicky respondeu de imediato (25′). Tatinho, em mais uma bola parada, e Tomás Paçó, de baliza a baliza, fizeram o 7-3 final (30′).

“Acho que espelha a qualidade que apresentámos, foi sem espinhas. O Sporting foi superior em todos os momentos do jogo. Nos momentos em que o Benfica cresceu, pela qualidade que naturalmente tem, conseguimos juntar as linhas e defender. Há muitos momentos do jogo em que o momento defensivo é importante e o Sporting defendeu bem, contra-atacou bem, finalizou bem, trabalhou bem as bolas paradas e no 4 para 3 também. É dar os parabéns aos nossos adeptos, uma vez mais incansáveis no apoio. É preciso dizer que fazemos por merecer todo este apoio por parte dos nossos adeptos. Acho que os jogadores fazem por merecer, por aquilo que trabalham e pelo grupo que são”, destacou no final do jogo Nuno Dias.

“Parece-me que até metade da segunda parte a equipa esteve caracterizada. Eu podia apresentar aqui um sem número de desculpas e dizer que parte do plantel só chegou há três dias ao Benfica, que temos gente condicionada, que tivemos 22 dias sem podermos competir juntos, ao contrário do nosso adversário, faz diferença. O que me apraz mais dizer é que o resultado me envergonha porque eu sou o principal responsável por esta equipa e aquilo que eu tinha algum receio acabou por acontecer nos últimos 10 minutos do jogo. Tivemos uma dificuldade muito grande em nos caracterizarmos na adversidade. Não é normal o Benfica cometer erros com o guarda-redes subido”, comentou Mário Silva, também ao Canal 11.