Pelo menos 64 pessoas morreram depois de uma emboscada a uma tribo na Papua Nova Guiné, de acordo com um novo balanço feito, no domingo à noite, pela polícia local.

O número de mortos pode ainda aumentar, admitiu o vice-comissário da polícia da Papua Nova Guiné. “Pensamos que ainda há corpos no mato”, acrescentou Samson Kua.

As vítimas mortais, todos homens, foram emboscados na província de Enga, uma zona remota do país, habitada por várias tribos. O massacre de domingo parece sinalizar uma escalada da tensão entre as várias tribos da zona, nota a imprensa local da Papua Nova Guiné. O país ocupa uma parte de uma ilha no Pacífico que é dividida com a Indonésia.

A polícia indicou ter recebido imagens de corpos ensanguentados e com ferimentos graves, deitados lado a lado na estrada ou empilhados na traseira de um camião.

As circunstâncias exatas das mortes não são conhecidas, mas a polícia disse ter recebido relatos de tiros de espingardas e metralhadoras naquela zona a partir das 04h00 de domingo (18h00 de sábado em Lisboa).

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O exército do país destacou cerca de uma centena de soldados para a região, mas a oposição pediu já ao governo do primeiro-ministro, James Marape, o envio de mais pessoal das forças de segurança, bem como a renúncia do chefe de polícia.

Segundo a polícia, este é o maior massacre já identificado nas terras altas da Papua Nova Guiné, um território montanhoso habitado por centenas de tribos diferentes, algumas rivais. No ano passado, as lutas entre estes grupos mataram mais de 60 pessoas.

Os clãs das terras altas da Papua Nova Guiné vivem há séculos em conflito e o aparecimento de armas automáticas tornou os confrontos mais mortíferos e violentos.

A escalada de conflito entre tribos lá levou a um confinamento na província de Enga durante o qual a polícia impôs um recolher obrigatório e restrições a viagens. Os surtos de violência têm sido atribuídos a disputas sobre a distribuição de terras e riqueza.