A Albufeira de Alqueva está “acima de 85% de capacidade” e beneficiou de “um inverno produtivo normal”, revelou esta sexta-feira à Lusa, em Ferreira do Alentejo (Beja), o presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA).

“Hoje [sexta-feira] de manhã a albufeira estava perto da cota 150, na cota 149,91. Isto tem algumas pequenas flutuações diárias, mas o que importa é que o sistema está acima dos 85% e beneficiou, naturalmente, das chuvas deste outono e inverno“, afirmou José Pedro Salema.

Há cerca de um mês, em 22 de janeiro, a reserva encontrava-se “a 80%” da capacidade, de acordo com informação divulgada nessa data pela EDIA.

Tal deveu-se à chuvas “a partir da segunda metade de outubro e, depois, na segunda metade de janeiro”, reforçou o presidente da empresa gestora.

“E agora, em fevereiro, também já [choveu] alguma coisa. As ribeiras correm, o [rio] Guadiana está hoje com [um caudal de] perto de 60 metros cúbicos por segundo, ainda está com um caudal interessante. Portanto, é um inverno produtivo normal“, concluiu José Pedro Salema.

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A situação “desafogada” da barragem de Alqueva não tem, no entanto, reflexos no Algarve, que se encontra em situação de alerta devido à seca, apesar de também ter “encaixado algumas dezenas de milhões de metros cúbicos nas últimas semanas”.

“E o inverno ainda não acabou, portanto, temos de ter esperança de que venha mais chuva”, desabafou José Pedro Salema.

O Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva é garantia de água para a agricultura, com uma área de regadio com 130 mil hectares, para o abastecimento público e industrial e para a produção de energia hidroelétrica, além de potenciar o turismo na região do Alentejo.

O Governo anunciou um conjunto de medidas para enfrentar a seca, dirigidas quase todas ao Algarve, enquanto, no que respeita ao Alentejo, adjudicou a ligação da barragem do Monte da Rocha (Ourique) a Alqueva, obras que envolvem um investimento de 28,5 milhões de euros e que devem ficar prontas “até final de 2025”.