Morten Hjulmand chegou há pouco mais de sete meses a Alvalade mas cada vez se assume como um líder na equipa do Sporting. Pela forma como atua em campo, pela maneira como lidera qualquer tipo de protesto ou argumentação junto dos árbitros, pela capacidade que teve em ganhar o seu espaço no próprio balneário dos leões. Com uma nuance, que fez com que fosse alvo de sondagens já em janeiro: ganhou metros na zona do meio-campo, conseguiu agora marcar pela primeira vez dois golos numa edição do Campeonato e está um jogador mais completo. Do terreno de jogo para fora dele, o dinamarquês evidencia-se por ser uma voz forte entre os verde e brancos e foi isso que se voltou a ver após o 3-3 em Vila do Conde com o Rio Ave.

O problema do tempo é não mudarem com o tempo (a crónica do Rio Ave-Sporting)

“Foi muito duro. É claro que não estamos satisfeitos por marcar três golos e não ganhar o jogo. Isto não corresponde aos padrões do Sporting e temos de fazer melhor que isto. O futebol é um jogo de erros e hoje cometemos esses erros que nos custaram três golos. Houve vários jogos esta época em que não sofremos golos por isso posso dizer o que aconteceu aqui e em Guimarães não se pode repetir”, apontou o médio no final da partida, na zona de entrevistas rápidas da SportTV, recordando os três golos no Minho.

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“Nada muda esta noite pois temos um objetivo claro para esta temporada. Vamos recuperar agora rapidamente e vamos voltar a jogar quinta-feira frente ao Benfica. Nada muda apesar de apenas termos conquistado um ponto neste encontro”, acrescentou ainda o dinamarquês, a propósito do efeito que essa igualdade poderia ter junto da equipa em vésperas de dérbi mas a contar para a Taça de Portugal.

Apesar de ter chegado à fasquia dos 100 golos apenas em 37 encontros oficiais realizados (que na verdade já passou para 101 com o empate de Coates), o Sporting não só quebrou uma série de oito vitórias consecutivas no Campeonato como ficou pela primeira vez na presente temporada sem ganhar em jogos seguidos, depois da igualdade com o Young Boys para a Liga Europa. Em paralelo, esta foi a segunda vez que o conjunto verde e branco sofreu três golos numa partida, o que faz com que surja no segundo lugar do Campeonato (com um jogo a menos, em Famalicão) com o melhor ataque (63 golos) mas a média de um golo sofrido por jogo (22). É aí que continua a estar o calcanhar de Aquiles da equipa, em comparação com o rival Benfica.

“Esperávamos um Rio Ave organizado, esteve perto do seu nível, nós nunca atingimos o nosso nível. Nunca dominámos. Tomámos conta do jogo depois de sofrermos golo. Não podíamos sofrer antes do intervalo. Tentámos jogar no Gyökeres e no Coates para a segunda bola e não definimos bem. Conseguimos o empate, procurámos a vitória mas não jogámos bem, não assentámos o nosso jogo. Pressão porque o Benfica ganhou? Não, estamos há quanto tempo assim? Têm de fazer essa pergunta aos outros, que também já perderam pontos depois de nós jogarmos. Estivemos longe do nosso nível mas também tivemos ocasiões, com remates por cima, quando estávamos perto do golo. É sempre mau empatar porque queremos ser campeões. Já estivemos atrás, já tivemos jogos adiados. Não acusámos a pressão. Tivemos um mau dia. Faltou jogar melhor, não fazer dois penáltis, o que acontece. Temos direito a dias maus…”, comentou Rúben Amorim.

“O golo do empate teve peso porque aconteceu antes do intervalo. Não foi o Adán ou o Nuno Santos que fizeram os penáltis, foi o Sporting. Estamos juntos quando ganhamos e quando perdemos. Se tem impacto para o que falta? A primeira jogada na quinta-feira tem mais impacto do que este resultado. O grupo está chateado porque sabe que podia fazer melhor, mas é uma competição totalmente diferente. Vamos estar preparados”, acrescentou o técnico dos leões na conferência de imprensa após o encontro.