As autoridades dinamarquesas recomendaram a alteração de software utilizado por alguns motores, na sequência de uma ocorrência com um Airbus A320 da TAP, em abril de 2022, no Aeroporto de Copenhaga, refere o relatório final da investigação.

Pelas 12h05 de 8 de abril de 2022, num A320 da TAP, com 102 passageiros e sete tripulantes, após uma aterragem abortada, o “reversor” de um dos motores não fechou, mantendo-se a aeronave, no início da subida, a baixa altitude e a desviar-se para a esquerda.

O relatório final do AIB DK, entidade dinamarquesa responsável pela investigação de acidentes aéreos naquele país, agora divulgado, reitera praticamente as conclusões já avançadas num relatório preliminar, divulgado poucos dias após o incidente classificado como “grave”.

Com base nas conclusões deste organismo, que contou com a colaboração da congénere portuguesa – Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), o fabricante da aeronave implementou várias ações de segurança.

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Além disso, o AIB DK emitiu duas recomendações de segurança à EASA – Agência Europeia para a Segurança da Aviação para que se procedesse à alteração de software usado pelos motores da família dos A320 e por outros aviões que venham a ser certificados, preferencialmente a partir de 2025.

O objetivo é o de evitar que o (s) “reversor (s)” de potência não fechem após uma aterragem abortada e após o contacto com o solo.

No incidente de 8 de abril de 2022, durante a aterragem em condições de vento forte, o comandante sentiu-se “desconfortável” com a atitude da aeronave e decidiu, após selecionar os “reversores” de potência, abortar a aterragem (borregar).

O comandante puxou então as manetes de potência dos motores totalmente para a frente — ação considerada um desvio aos procedimentos do Manual de Operação da Tripulação de Voo, que determina que, uma vez selecionados os “reversores” de potência, a aterragem tem de ser concretizada.

O “reversor” de um dos motores não fechou e, automaticamente, esse motor ficou com o “comando de marcha lenta”.

“Três das quatro portas do “reversor” do motor nº 1 estavam completamente abertas”, concluiu a investigação.

Como consequência da potência assimétrica, a tripulação sentiu, numa fase inicial, dificuldades em controlar o A320, mas acabou por recuperar o controlo logo a seguir.

A aeronave continuou a ascensão, tendo a tripulação desligado o motor n.º1 para melhorar o controlo do avião, que acabou por aterrar sem outras ocorrências.

A investigação do AIB DK concluiu que o “reversor” do motor n.º1 não fechou devido ao facto de não ter recebido um sinal de solo válido, atendendo ao sinal de posição da manete de potência na posição de descolagem.