Os maquinistas dos comboios de passageiros da Deutsche Bahn voltaram a entrar em greve esta terça-feira, pela sexta vez desde novembro, perante o impasse das negociações com a direção da empresa alemã.

A greve, convocada pelo sindicato dos maquinistas ferroviários alemães GDL, arrancou às 2h (1h em Lisboa) e irá prolongar-se por 24 horas. Nos comboios de transporte de mercadorias, a greve teve início às 18h de domingo (17h em Lisboa).

Esta é a sexta greve convocada pelo GDL desde novembro de 2023 e ocorre menos de uma semana depois de uma paralisação dos maquinistas ferroviários ter causado dificuldades a milhares de passageiros.

O sindicato GDL declarou que a Deutsche Bahn não apresentou uma proposta escrita melhorada até ao final do prazo, no sábado, o que “inevitavelmente conduz a uma ação sindical”, declarou Claus Weselsky, o dirigente do GDL. “Estamos convencidos de que só conseguiremos chegar a um acordo através do diálogo, à mesa das negociações”, declarou no sábado Martin Seiler, diretor dos recursos humanos da companhia de caminhos-de-ferro da Alemanha.

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Além dos aumentos salariais, a principal reivindicação do sindicato GDL é uma semana laboral reduzida para 35 horas, em vez das atuais 38, com um salário completo.

A Deutsche Bahn afirmou ter feito concessões que representam até 13% de aumento salarial, bem como a possibilidade de reduzir a semana de trabalho para 37 horas a partir de 2026.

O ministro dos Transportes alemão disse ao jornal Bild que “atacar em vez de negociar é irresponsável”. Volker Wissing pediu à GDL para retomar as negociações e iniciar um processo formal de arbitragem.

A juntar à perturbação nos transportes, as tripulações de cabine da companhia aérea Lufthansa fizeram greve esta terça-feira no aeroporto de Frankfurt e irão parar no aeroporto de Munique na quarta-feira.

Pessoal de terra da Lufthansa na Alemanha faz greve de 24 horas na quarta-feira

“Na quinta-feira, o grupo anunciou um resultado recorde (…). O pessoal de cabine deve poder beneficiar desse sucesso e os esforços feitos durante a crise do coronavírus devem ser compensados”, declarou o dirigente do sindicato UFO, Joachim Vazquez Bürger, em comunicado.

A greve, que abrange o pessoal da Lufthansa — cujo grupo obteve um lucro de 1.673 milhões de euros em 2023, uma subida de 112% — e da sua subsidiária CityLine, terá lugar esta terça-feira e quarta-feira entre as 4h e as 23h locais (entre as 3h e 22h em Lisboa).

O grupo aéreo alemão já foi afetado por uma greve de dois dias do pessoal de terra na semana passada, com os trabalhadores a exigirem aumentos salariais.

A maior economia da Europa está há meses a ser perturbada por ações sindicais, porque os trabalhadores e as administrações de muitos setores estão em confronto quanto às condições de trabalho, num contexto de inflação elevada e de fraca atividade económica.