Nascido nos Países Baixos, emprestado por um clube inglês, a jogar na Alemanha. Aos 22 anos, Ian Maatsen é um verdadeiro cidadão europeu e um dos nomes mais promissores da nova geração neerlandesa: cumpriu a formação entre Feyenoord, Sparta Roterdão, PSV e Chelsea, estreou-se pela equipa principal dos blues e em janeiro foi emprestado ao Borussia Dortmund. Ou seja, em janeiro conquistou a possibilidade de jogar na Liga dos Campeões.

Era precisamente isso que acontecia esta quarta-feira, com o lateral esquerdo a ser um dos eleitos de Edin Terzić para a decisiva segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, em Dortmund e depois do empate nos Países Baixos com o PSV. Motivo mais do que suficiente para uma longa entrevista de Ian Maatsen ao jornal The Guardian, onde o internacional Sub-21 neerlandês reconheceu que o plano era ficar no Chelsea até ao fim da temporada, mas lembra que o empréstimo “não foi o fim do mundo”.

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“Já tinha sido emprestado noutras ocasiões e pensei que estava pronto para competir por um grande clube. Mas às vezes o futebol funciona assim, não tive muitas oportunidades. Não é o fim do mundo, tenho de estar preparado. Tenho de acreditar sempre, porque o futebol pode desaparecer muito depressa”, começou por dizer o jovem jogador, que nasceu no sul dos Países Baixos mas é filho de pais naturais do Suriname.

“O treinador do Borussia Dortmund, a direção, deram-me muita confiança porque mostraram que me queriam. Confiaram em mim eu confiei neles, acho que foi por isso que correu tão bem. Confiavam em mim no Chelsea, mas com a pressão que é colocada num treinador, às vezes é difícil pôr toda a gente a jogar, especialmente os jovens jogadores com potencial. Ele tem de tomar decisões para a equipa e tens de lidar com isso, enquanto jovem jogador. Não é justo, por vezes, mas talvez seja a melhor decisão para o clube e para os colegas. Tenho respeito por isso. Mas quero jogar futebol”, acrescenta o lateral, que já marcou um golo na Bundesliga.

Ora, esta quarta-feira e para além de Ian Maatsen, o Borussia Dortmund atuava com Malen, Jadon Sancho e Julian Brandt no apoio direto a Füllkrug. Do outro lado, o PSV de Peter Bosz apresentava-se com Tillman, Bakayoko e Luuk de Jong no setor ofensivo, sendo que Obispo, Ricardo Pepi e Lozano começavam todos no banco.

Os alemães começaram praticamente a vencer: num lance de insistência, com muitos ressaltos pelo meio, Sancho atirou rasteiro de fora de área e colocou o Dortmund na frente do marcador e da eliminatória (3′). O Borussia Dortmund teve mais oportunidades ao longo de toda a primeira parte, com Maatsen, Füllkrug, Brandt e Malen a ficarem todos muito perto de aumentar a vantagem, mas o PSV conseguiu recuperar algum equilíbrio já perto do intervalo e poderia até ter empatado, através de ocasiões de Bakayoko e Til. No fim do primeiro tempo, porém, os alemães estavam a ganhar o jogo e na frente da eliminatória.

Peter Bosz mexeu ao intervalo, trocando Til por Lozano, e o mexicano teve desde logo uma enorme oportunidade para empatar o jogo com um remate ao poste (53′). Edin Terzić respondeu ao susto com uma substituição, lançando Felix Nmecha e Adeyemi nos lugares de Brandt e Malen, e o Borussia Dortmund poderia ter aumentado a vantagem por intermédio de Füllkrug, que cabeceou para uma defesa atenta de Walter Benítez (64′) e até chegou mesmo a marcar, mas o lance foi anulado por fora de jogo (78′).

Até ao fim, porém, já pouco aconteceu. O PSV teve várias ocasiões para empatar o jogo e a eliminatória nos últimos minutos, mas acabou mesmo por ser o Borussia Dortmund a fazer o xeque-mate com um golo de Reus nos descontos (90+5′), eliminando os neerlandeses e carimbando o apuramento para os quartos de final da Liga dos Campeões pela primeira vez desde 2020/21.