A morte do poeta Nuno Júdice, aos 74 anos, foi hoje assinalada por diversas personalidades e instituições ligadas à cultura, que destacaram a sua importância na poesia portuguesa contemporânea.

Numa mensagem publicada na rede social X, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, lamentou a morte do também ficcionista, ensaísta e professor, sem deixar de manifestar o seu pesar à família, aos amigos e aos alunos.

“Atingiu particular reconhecimento pela sua obra poética, marcada por uma linguagem lírica e por profunda introspeção, tendo recebido numerosos prémios literários nacionais e internacionais. Além do conjunto dos seus livros, Júdice deu também uma contribuição decisiva para o debate cultural no nosso país desde o final dos anos 1960, sendo um destacado académico e crítico literário”, pode ler-se na nota partilhada pelo Ministério da Cultura.

Já o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, recorreu à mesma rede social para declarar “muito triste a notícia da morte de Nuno Júdice, um dos grandes poetas contemporâneos em língua portuguesa”, expressando ainda a sua solidariedade à família.

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Entre as personalidades que já manifestaram a sua tristeza pela morte de Nuno Júdice está também o antigo ministro da Cultura João Soares, que recordou, através de uma mensagem publicada no Facebook, a amizade e a inteligência do poeta.

“Tinha 74 anos. Éramos da mesma idade. Conhecíamo-nos muito bem desde a Universidade. Durante muitos anos fomos amigos próximos. Era alguém de grande cultura e inteligência. Deixa uma obra notável sobretudo de poesia, mas não só”, referiu, acrescentando: “Perdemos um dos mais notáveis intelectuais do nosso tempo. À sua mulher, seus filhos, e família mais chegada deixo aqui testemunho do meu muito sentido pesar”.

A Fundação José Saramago lembrou na rede social X o percurso de Nuno Júdice enquanto membro do seu conselho de curadores e lamentou “profundamente” a morte do poeta. Também nesta plataforma, a presidente desta fundação, Pilar del Rio, evocou não só o papel de Nuno Júdice na poesia, mas sobretudo “um amigo insubstituível, um sábio silencioso”, salientando a atribuição do prémio de poesia Rainha Sofia, entre outras distinções.

A sua editora, a D. Quixote, assumiu numa mensagem publicada nas redes sociais “profundo pesar e sentida consternação” pela morte de Nuno Júdice e considerou que a notícia “deixa mais pobre a literatura e a poesia portuguesas”, lembrando o percurso escrito desde 1972, tornando-se desde então “um dos mais notáveis e reconhecidos poetas portugueses”.

O impacto da morte de Nuno Júdice foi também reconhecido nas redes sociais por outras editoras, como a Quetzal, que defendeu que o poeta que hoje morreu aos 74 anos “ocupa um lugar único e que nunca será ocupado” na cultura nacional, ou a Sibila, que lembrou o “excelentíssimo autor e grande amigo” com o qual teve “o prazer e a honra de realizar importantes projetos editoriais”.

Nuno Júdice nasceu na Mexilhoeira Grande, em Portimão, no distrito de Faro, em 1949. Ao longo da carreira literária, Nuno Júdice foi distinguido com diversos prémios, entre os quais o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana, em 2013, o Prémio Pen Clube, o Prémio D. Dinis da Casa de Mateus e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores.