O Sindicato dos Técnicos da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (SinDGRSP) disse este sábado esperar que a nova ministra da Justiça mantenha o objetivo da revisão das carreiras destes profissionais nos prazos acordados com o Governo cessante.

O SinDGRSP recorda, em comunicado, que acordou com o anterior secretário de Estado Adjunto da Justiça, Jorge Costa, a revisão das carreiras dos técnicos da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais com efeitos a 1 de janeiro de 2024, acordo este que chegou a ser anunciado pela ministra da Justiça do governo socialista, Catarina Sarmento e Castro.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do sindicato, Miguel Gonçalves, explicou que tinha acordado com o anterior Governo “a revisão destas carreiras que ficaram de fora desde 2008”, data em que se procedeu à transição para as novas carreiras gerais de técnico superior.

Miguel Gonçalves sublinhou que os técnicos aguardam há 15 anos pela revisão destas carreiras para poderem ser aumentados. “As carreiras gerais já foram revistas duas vezes e nós continuamos à espera”, lamentou Miguel Gonçalves, realçando que os profissionais não se sentem atraídos por este trabalho porque apenas ganham 1,48 euros acima do salário mínimo nacional quando há mais de 15 anos ganhavam 350 euros a mais.

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“Hoje a falta de atratividade é tal que ainda a semana passada uma colega foi agredida por falta de trabalhadores”, comentou, lembrando o caso que ocorreu no Centro Educativo dos Olivais, em Coimbra.

Segundo o dirigente sindical, um jovem ali internado agrediu com murros na cara a técnica profissional de reinserção social a atirou-a para o chão.

Perante a situação destes profissionais, Miguel Gonçalves disse esperar que a nova ministra da Justiça, Rita Júdice, mantenha como objetivo a revisão destas carreiras nos prazos já acordados.

O sindicato avança ainda que após a nomeação dos secretários de Estado, irá solicitar uma reunião de caráter urgente, para aferir esta situação.

O SinDGRSP representa os 800 técnicos profissionais de reinserção social, que exercem funções, essencialmente, nos Centros Educativos e no serviço de Vigilância Eletrónica, os técnicos superiores, que estão nas Equipas de Reinserção Social, e os técnicos superiores de reeducação que trabalham nos estabelecimentos prisionais.