O novo ministro da Economia, Pedro Reis, vai chamar a si a pasta da internacionalização que não tem, no novo Governo, uma secretaria de Estado como a que estava no Ministério dos Negócios Estrangeiros de António Costa.

Agora, não tem secretaria de Estado e o ministro da Economia decidiu chamar a si a pasta. Pedro Reis, no tempo da troika, liderou a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. Esta entidade volta a ser diretamente tutelada pelo Ministério da Economia. No Governo de António Costa a tutela primeira era a do MNE, ainda que partilhasse responsabilidades com a Economia. Agora, acabará por ser tutela direta da Economia, ainda que os Negócios Estrangeiros tenham uma palavra a dizer na sua tutela, uma vez que há uma coordenação económica com as embaixadas e consolados de Portugal no estrangeiro.

Segundo apurou o Observador, Pedro Reis pretende com esta decisão assumir o papel de reforço da internacionalização transversal da economia nacional.

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No programa eleitoral da AD, fala-se na necessidade de “robustecer o papel da AICEP, dando-lhe uma abrangência territorial e setorial mais profunda, nomeadamente reforçando a rede de Lojas de exportação (atualmente existem 10), e promovendo a sua estreita colaboração com as Comunidades Intermunicipais. Noutro plano, é preciso reforçar os laços entre o AICEP e as embaixadas portuguesas, e aproveitar a rede das câmaras de comercio e indústria portuguesas no mundo e o Conselho da Diáspora para apoiar a estratégia de internacionalização e de atração de investimento estrangeiro”.

O Ministério da Economia tem três secretarias de Estado. A do Turismo, para a qual chamou Pedro Machado, uma pessoa que liderou o Turismo do Centro largos anos. A Confederação do Turismo de Portugal (CTP) aplaudiu a escolha.

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E recuperou a secretaria de Estado da Economia, na qual vai assumir funções João Rui Ferreira, um gestor ligado ao setor da cortiça, tendo nos últimos tempos assumido o cargo de secretário geral da APCOR (Associação Portuguesa de Cortiça). Portugal é o principal produtor mundial de cortiça. Pedro Reis escolheu uma pessoa ligada às empresas para uma pasta que deverá ficar com a pasta do comércio, que também não terá uma secretaria de Estado autónoma, o que mereceu críticas por parte da CCP (Confederação do Comércio e Serviços) que criticou a inexistência de uma Secretaria de Estado do Comércio e Serviços, admitindo que vai pedir uma reunião com o ministro da Economia. Para o presidente da CCP, João Vieira Lopes, citado pela Lusa, a decisão é um “retrocesso” e “um sinal político negativo” para estes setores.

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A terceira Secretaria de Estado deste Ministério da Economia é a do Mar que Pedro Reis decidiu manter autonomizada, escolhendo para a pasta Lídia Bulcão.

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