Ao longo da campanha, Pinto da Costa foi falando sempre em renovação. Renovação de projetos para o FC Porto, renovação de ideias para o futuro do clube, renovação de quadros a começar pelos órgãos sociais. A vertente financeira, quase que em resposta à crítica que mais vezes tem sido feita pelos adversários, assumiu sempre um papel de destaque nessa “renovação mas não revolução”. Ainda assim, não era a única. E esta sexta-feira serviu para comprovar isso mesmo, com o líder azul e branco e recandidato a mais um mandato a apresentar no hotel Sheraton, no Porto, as listas que irão a sufrágio nas próximas eleições de 27 de abril.

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Na vice-presidência, Vítor Baía, que é também administrador da SAD, é o único nome que se mantém. A ele vão ainda juntar-se o antigo jogador, treinador e atual acionista António Oliveira; a ortopedista Marta Massada, há muito ligada ao clube também por influência do pai, Leandro Massada; o empresário João Rafael Koehler; o antigo vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral, Nuno Namora; e a ex-referência do hóquei em patins e diretor do basquetebol, Vítor Hugo. Os cinco nomes vão substituir Adelino Caldeira, Fernando Gomes, José Américo Amorim, Paulo Mendes e Alípio Jorge, que volta a vogal.

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Além de Alípio Jorge, que fica encarregue do bilhar, há mais três vogais que se mantêm no estatuto e na função: Luís Fernandes, que lidera a natação; Eurico Pinto, do hóquei em patins; e António Borges, do andebol. A eles vai juntar-se ainda Rodrigo Barros, que passa a ser responsável pelo voleibol feminino que, a partir desta temporada, “passou” para o Dragão. Rita Moreira será a Provedora do Sócio. José Lourenço Pinto vai manter-se como número 1 da Mesa da Assembleia Geral, ao passo que Ricardo Valente assume a liderança do Conselho Fiscal e Disciplinar, que antes tinha como presidente Jorge Carvalho de Guimarães. Por fim, Américo Aguiar, cardeal e bispo de Setúbal, será o número 1 do Conselho Superior.

“Foi um rejuvenescimento e uma aceleração no caminho que temos a prosseguir. É natural que as pessoas às vezes se cansem, como no caso do doutor Fernando Gomes, que fez um ótimo trabalho e que já há um ano me tinha dito que a sua saída era certa. Tive que preparar uma nova equipa e no setor financeiro, uma vez que ele saiu, aproveitei e desde o Conselho Fiscal até ao diretor administrativo resolvi alterar tudo com um princípio de mais modernidade, maior progresso e o mesmo rigor”, explicou, ao mesmo tempo que confirmou o nome de José Fernando Figueiredo como diretor financeiro da SAD azul e branca.

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“Massa adepta desunida? Toda a gente sente, agora se aprofundar ela fundamentalmente é desunida pelas redes sociais. As redes sociais não têm cara, não sabemos com quem falamos, nem sabemos sequer de que clube são as pessoas que estão a falar. Eles ficam à parte, obviamente. Com todos aqueles que são do FC Porto, a minha obrigação e a minha vontade é que volte tudo a estar unido, como esteve nestes últimos 42 anos. A quem gostaria de entregar o clube? A alguém que sinta pelo FC Porto a mesma paixão que eu e que seja capaz de formar uma equipa também igualmente apaixonada pelo FC Porto para conseguir fazer melhor do que eu fiz durante estes anos”, referiu ainda sobre o atual momento dos dragões.

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“Não me canso de ver e é bom que todos aqueles que colaboram comigo vejam que os quatro pilares do sucesso são rigor, competência, ambição e paixão. Não é por acaso que paixão é a última das quatro, porque é a mais importante. Porque se nós não tivermos todos paixão pelo FC Porto, cada um de nós vai ter momentos difíceis, momentos em que tem problemas para resolver, momentos em que não pode estar junto da família ou dos amigos. Esses momentos só podem ser ultrapassados com a paixão que todos temos pelo FC Porto. E é com a paixão que todos temos que eu tenho muita esperança em que daqui a quatro anos o FC Porto seja ainda melhor do que hoje é”, apontou, recordando o clube em 1982 e que tem pouco ou nada a ver com aquilo em que se tornou, da dimensão aos títulos, passando pelas infraestruturas.

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À margem da cerimónia, Pinto da Costa abordou também os processos disciplinares instaurados ao FC Porto e a si próprio, comparando-os com os homólogos. “Como disse, o 25 de Abril ainda não chegou ao futebol. Não se pode ter opinião. Ou melhor, alguns podem. Por exemplo, o doutor Varandas, quando foi do árbitro do V. Guimarães, o João Pinheiro, partiu-o todo e não teve nenhum processo. Espero que um dia o 25 de Abril, chegue ao futebol. Rui Costa? Penso que está inserido no grupo do doutor Varandas, que pode falar o que quiser que não tem processos, porque ele já foi assim no jogo em Braga com o árbitro de então e não aconteceu nada. Portanto, eu não vou comentar isso…”, comentou o líder dos azuis e brancos.