A identificação formal que faltava chegou um dia depois. Apesar de terem dito no sábado que já acreditavam saber quem era o suspeito, as autoridades só este domingo divulgaram o nome a associar à autoria do ataque em Sydney: Joel Cauchi é o suspeito do esfaqueamento múltiplo no centro comercial de seis andares Westfield Body Junction, que matou seis pessoas e deixou feridas outras doze.

Enquanto a polícia local continua a traçar o perfil e as últimas ações de Joel Cauchi, foi adiantado, em conferência de imprensa, que o ataque está possivelmente relacionado com problemas de saúde mental. Descarta-se novamente a tese de terrorismo, uma vez que não foram encontradas evidências que indiquem motivações de natureza ideológica.

Austrália. Seis mortos em esfaqueamento em centro comercial em Sydney. Atacante abatido pela polícia

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Joel Cauchi tinha 40 anos. Segundo as autoridades, citadas pelo Guardian, levava um estilo de vida itinerante, não era casado e não tinha filhos. O Telegraph afirma que era professor, embora estivesse desempregado. Natural do estado australiano de Queensland, ter-se-á mudado, por razões desconhecidas, para o estado de Nova Gales do Sul cerca de um mês antes do ataque, ficando a viver no seu carro. Terá alugado ainda um pequeno armazém, onde decorreram buscas policiais, não se sabendo ainda o que foi encontrado pelos investigadores.

A família, com quem o suspeito não mantinha contacto direto e apenas falava para informar sobre o sítio onde estava a viver, está a colaborar com a investigação e já transmitiu apoio à família das vítimas. Afirma que o suspeito lidava com problemas de saúde mental desde a adolescência. Segundo o Telegraph, a polícia de Queensland já conhecia Cauchi devido a alguns “comportamentos alarmantes” que tinha desde que foi diagnosticado com esquizofrenia, aos 17 anos. Fontes policiais afirmam ainda que a sua saúde mental teria piorado nos últimos anos.

Segundo as mesma fontes, Joel Cauchi teria uma obsessão por facas. Em 2023, o homem terá ligado à polícia de Queensland alegando que a família estaria de forma abusiva a tirar-lhe as facas que tinha na sua posse, caso que a polícia ainda estava a investigar. Uma fonte anónima dona de um negócio de afiar facas revelou ao Telegraph que Cauchi se dirigiu à sua loja há cerca de três anos, referindo-se às facas que levava consigo como “as minhas facas do dia a dia”.

O suspeito participava em vários grupos de Facebook sobre atividades sociais em Sydney, relacionados com surf e viagens. Segundo o Telegraph, terá tentado também, através das redes sociais, agendar encontros entre pessoas interessadas em armas brancas. Nos últimos tempos, ter-se-á registado em sites de encontros, onde promovia serviços de acompanhante. Apesar de não haver qualquer histórico de violência doméstica, a polícia continua a investigar se o alvo de Cauchi seriam mulheres, que correspondem a cinco das seis vítimas mortais do ataque no centro comercial.