Dois guardas prisionais foram, esta quinta-feira, agredidos a soco por um recluso no estabelecimento prisional do Linhó, em Sintra, elevando para oito o total de agressões a guardas nesta cadeia desde o início do ano, denunciou o sindicato.

Segundo o dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) Frederico Morais, as agressões ocorreram por volta das 17h30, depois de um recluso que se encontrava nos balneários a tomar banho ter recusado obedecer à ordem do guarda que lhe ordenou que saísse do local, atingindo-o a soco na cara.

Após esse primeiro incidente, levado até à chefia da guarda prisional na prisão, o recluso agrediu um segundo guarda, também a soco, nessa ocasião.

Segundo Frederico Morais, o sindicato reuniu-se com a diretora do estabelecimento prisional há cerca de um mês para pedir que os reclusos desocupados, que não estudam nem trabalham no interior do estabelecimento, “e que são os que estão a provocar problemas com os guardas”, passem a ficar fechados 22 horas por dia, “o máximo que a lei permite”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O dirigente sindical referiu à Lusa que a diretora do estabelecimento prisional do Linhó pediu nesse momento mais tempo para avaliar a situação, não tendo ainda dado resposta.

Frederico Morais disse que já houve oito agressões a guardas na prisão do Linhó desde o início do ano e 14 em todas as prisões.

Fonte da Direção-Geral de Reinserção e dos Serviços Prisionais (DGRSP) confirmou à agência Lusa a agressão a um Guarda Prisional e a tentativa de agressão a outro.

Segundo explicou, “quando os dois guardas estavam a aplicar meios coercivos ao recluso [a algemá-lo] este agrediu com a mão no rosto um dos guardas e tentou agredir o outro, também na cara”.

A mesma fonte indicou que o recluso foi imediatamente colocado em “cela de separação” (cela disciplinar), foi-lhe aberto um inquérito disciplinar e os factos da agressão comunicados ao Ministério Público (MP) para eventual procedimento criminal por agressão.

Foi também aberto um processo para ser remetido para regime de segurança, que normalmente será cumprido noutra cadeia — no continente, para os reclusos masculinos, esta medida poderá ser cumprida na ala de segurança do Linhó, na cadeia de alta segurança do Monsanto (Lisboa) ou em Paços de Ferreira.

A fonte afirmou que tendo a agressão ocorrido no Linhó, o recluso não deverá ficar na mesma cadeia a cumprir o regime de segurança, podendo ser transferido para o Monsanto.