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O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, defendeu esta segunda-feira que Israel tem de permitir maior fluxo de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, garantindo que aproveitará a sua viagem ao Médio Oriente para pressionar os líderes israelitas.

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Falando aos ministros dos Negócios Estrangeiros do Conselho de Cooperação do Golfo em Riade, Blinken considerou que a melhor maneira de aliviar a catástrofe humanitária em Gaza é concluir um acordo de cessar-fogo que permita libertar os reféns detidos pelo Hamas.

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A forma mais eficaz de enfrentar a crise humanitária em Gaza, de aliviar o sofrimento de crianças, mulheres e homens, e de criar espaço para uma solução mais justa e duradoura, é conseguir um cessar-fogo e libertar os reféns“, disse.

“Mas não podemos estar à espera de um cessar-fogo para tomar as medidas necessárias para satisfazer as necessidades dos civis em Gaza”, sublinhou Blinken.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, tem insistido que Israel faça mais, tendo admitido ao primeiro-ministro israelita, numa conversa telefónica realizada no domingo, que houve melhorias, mas avisando-o que não são suficientes.

Vimos progressos mensuráveis nas últimas semanas, incluindo a abertura de novos corredores [para passagem de ajuda] e um aumento do volume de entrega de ajuda a Gaza e dentro de Gaza, e a construção do corredor marítimo dos EUA, que será inaugurado nas próximas semanas. Mas não é suficiente. É preciso mais ajuda dentro e ao redor de Gaza”, afirmou.

Dezenas de trabalhadores humanitários foram mortos desde o início do conflito, e um ataque mortal israelita a um comboio de ajuda humanitária da organização humanitária World Central Kitchen em Gaza, este mês, destacou os perigos e as dificuldades de os proteger.

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Israel disse que o ataque foi um erro e pediu responsabilidades às autoridades envolvidas.

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A World Central Kitchen agendou a retoma das operações em Gaza para esta segunda, depois de as ter suspendido durante quatro semanas.

A guerra em curso começou com os ataques mortíferos do Hamas a Israel, em 7 de outubro, sendo que a retaliação israelita já matou, de acordo com número do Hamas, mais de 34 mil palestinianos, além de ter obrigado à fuga de milhares de pessoas, e provocado uma imensa crise humanitária em Gaza.

O conflito alimentou protestos em todo o mundo, incluindo pela transferência de armas dos Estados Unidos para Israel, algo que a administração Biden está consciente de representar potenciais problemas para o Presidente num ano em que vai tentar a reeleição.

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A viagem de Blinken —  a sétima à região desde que a guerra Israel-Hamas começou —  acontece num ambiente de preocupações renovadas sobre a propagação do conflito no Médio Oriente e com as perspetivas de reaproximação entre Israel e Arábia Saudita suspensas, já que Telavive se recusa a considerar uma das principais condições dos sauditas para a normalização das relações: a criação de um Estado palestiniano.

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Entretanto, a administração Biden tem alertado Israel contra a intenção de realizar uma grande operação militar na cidade de Rafah, no sul de Gaza, para onde mais de um milhão de palestinianos fugiu para escapar aos combates a norte.

Durante a sua viagem, Blinken também pretende sublinhar a importância absoluta de não permitir que o conflito Israel-Hamas “engula” a região.

O perigo de alastramento foi sublinhado este mês, quando um alegado ataque israelita a um edifício consular iraniano na Síria provocou uma resposta direta e sem precedentes do Irão, que lançou mísseis e ‘drones’ contra Israel, o que foi seguido de um ataque retaliatório.

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Embora o ciclo de retaliação pareça ter terminado, permanecem profundas preocupações de que o Irão ou os seus representantes no Iraque, no Líbano, na Síria ou no Iémen possam agir de forma a provocar uma resposta mais agressiva de Israel ou que Israel possa iniciar uma operação à qual o Irão sinta que tem de retaliar.

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