O PS e o Chega/Açores querem ser “parte da solução” para a recuperação do hospital de Ponta Delgada que, pela estimativa preliminar do Governo Regional, tem este ano um custo de funcionamento de 24,306 milhões de euros.

“Estamos aqui para fazer parte da solução”, disse esta quarta-feira a deputada do PS Andreia Cardoso no parlamento açoriano.

Também o líder do Chega/Açores, José Pacheco, afirmou que tem manifestado disponibilidade para o partido ser “parte da solução” para o problema verificado no arquipélago.

“À data de hoje, e assumindo que se trata de uma estimativa preliminar que naturalmente será detalhada pelo grupo de trabalho criado para este fim, o valor identificado que permite ao HDES [Hospital do Espírito Santo] assumir os serviços prestados à comunidade é de 24 milhões e 306 mil euros para o ano de 2024”, disse esta quarta-feira a secretária regional da Saúde.

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Mónica Seidi fez o anúncio no parlamento regional, na Horta, no segundo dia do debate sobre o Plano e Orçamento do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) para 2024.

Estamos aqui para fazer parte da solução e é essa a postura que temos, desde o início até ao fim. E estamos aqui disponíveis para isso”, disse a deputada do PS Andreia Cardoso, quando falava sobre as necessidades que se colocam à região na sequência do incêndio no HDES.

Em resposta às críticas feitas antes por o PS ter feito reuniões com unidades de saúde, a socialista assegurou que não houve “nenhum aproveitamento político“, referindo que os socialistas já tinham solicitado uma reunião à administração do HDES antes do incêndio, pedido que foi entretanto cancelado “até momento oportuno”.

“O PS diz presente e não diz presente apenas nos momentos fáceis, diz presente em todos os momentos, nas lutas mais fáceis, mas nas mais difíceis. É para isso que aqui estamos e aqui estaremos. Contem connosco sempre para isso”, assegurou.

Andreia Cardoso alertou ainda que o Serviço Regional de Saúde (SRS) “atravessa um momento difícil”, com problemas novos, como o HDES, embora existam outras situações que não são novas, como o subfinanciamento.

Pelo Chega, o deputado José Pacheco reconheceu que o HDES “é um tema central”.

“Ao senhor presidente do Governo [Regional], nas conversas que temos mantido, temos mostrado esta disponibilidade de sermos sempre esta parte da solução, nunca seremos qualquer fonte de problemas e, num caso tão dramático como este, nós temos mesmo que estar todos juntos”, defendeu.

Também António Lima (BE) disse que o incêndio no HDES é “um sério alerta para o caminho da insustentabilidade que o SRS estava e está a seguir”, considerando que a falta de investimento em geral “é gritante”.

Quanto à verba necessária para o hospital funcionar até final do ano, o deputado do BE salientou que representa “um esforço financeiro para este ano de quatro milhões de euros da parte da região, considerando o compromisso anunciado pelo senhor presidente do Governo, relativo à comparticipação de 85% por parte do Governo da República”.

O socialista José Toste alertou, por outro lado, que as propostas do Orçamento “são manifestamente incapazes de dar resposta às necessidades do SRS na situação de calamidade existente”.

Pelo PSD, Salomé Matos lamentou que o PS, ao insistir que “estariam de alguma forma em causa os cuidados de saúde à população” pretende “mais desestabilizar do que ajudar”.

Do lado do Governo Regional, a secretária da Saúde adiantou ainda que o executivo prevê criar equipas médicas de intervenção em situações de exceção e catástrofe e no Plano e Orçamento aposta na formação dos profissionais do setor.

“Iremos criar na região equipas médicas de intervenção em situações de exceção e de catástrofe e dar especial atenção a ações de formação viradas para a emergência médica pré e intra-hospitalar”, referiu Mónica Seidi.

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Entre outras medidas, o executivo pretende continuar o investimento nos profissionais do SRS, valorizando as várias carreiras.