A Renault separou os seus veículos entre eléctricos e com motores a combustão (incluindo híbridos e híbridos plug-in/PHEV) em 2022, criando duas divisões, a primeira denominada Ampere e a segunda Horse (também conhecida por Power). Com a então prevista desaceleração progressiva das vendas de modelos a combustão na Europa, até à proibição em 2035, a marca francesa reteve o controlo da Ampere, destinada a desenvolver veículos eléctricos e software, vendendo 50% da Horse à Geely, que continuaria a desenvolver e a produzir veículos com motor de combustão para mercados fora do Velho Continente. Mas com o previsível “relaxar” das regras antipoluição, que irá fazer derrapar a proibição da venda de carros com motores com combustíveis fósseis, a Horse tornou-se repentinamente mais interessante para a Renault.

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Para reforçar a sua gama de modelos, adaptando-a a este novo período de transição, a Renault incumbiu a Horse de desenvolver novas soluções híbridas, entre as quais figura uma solução eléctrica com extensor de autonomia (REX, de range extender). Esta tecnologia, que se pode caracterizar como híbrida (o motor de combustão acciona apenas o gerador de energia que alimenta a bateria), já vimos a funcionar instalada no BMW i3 REX e, mais recentemente, no Mazda MX-30, não sendo evidente o motivo que levou a Renault a apostar numa solução que é mais cara e complexa do que um eléctrico convencional e que nunca teve um grande sucesso.

O sistema a desenvolver pela Horse prevê instalar uma bateria mais pequena do que o habitual, que deverá possuir uma capacidade de aproximadamente 25 kWh, num veículo eléctrico capaz de assegurar cerca de 200 km alimentado exclusivamente pelo acumulador. A estes 200 km de autonomia eléctrica, o sistema híbrido com extensor de autonomia junta a energia produzida a bordo pelo motor a gasolina, cujo depósito de combustível reforça a autonomia em mais 800 km.

Esta solução REX da Renault pode ser adaptada a vários tipos de modelos, de automóveis a veículos comerciais, com a Horse a avançar que os primeiros poderiam usufruir de um motor de combustão/gerador com 50 kW (68 cv). Já os furgões comerciais trocariam este motor a gasolina por outro maior e mais potente, com 80 kW, correspondendo a cerca de 109 cv. Nem a Renault ou a Horse revelaram mais elementos sobre esta mecânica, nem que modelos deverão começar a utilizá-la ou quando.

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