Siga aqui o artigo em direto do conflito da Guerra na Ucrânia

As autoridades da Ucrânia estimaram esta segunda-feira que cerca de 800 menores, de um total de 20.000, conseguiram regressar ao país, depois de terem sido “sequestrados” pela Rússia, embora admitindo que é difícil saber o número exato.

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuk, afirmou que se trata de um processo “muito complicado” ser preciso nesta questão, porque a Rússia não fornece listas daqueles que “deportou ilegalmente”. Por essa razão, emitiu um apelo à comunidade internacional para que exerça pressão sobre Moscovo a este respeito, devido ao elevado número de menores que ficaram órfãos em consequência da guerra russa na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.

“Atualmente, não sabemos o número exato de crianças que foram levadas. Conseguimos determinar que são cerca de 20.000 crianças, 800 das quais já foram trazidas de volta”, declarou Vereshchuk, numa entrevista ao canal televisivo ucraniano Channel 24.

Vereshchuk explicou que conseguiram descobrir o paradeiro de algumas destas crianças desaparecidas em países terceiros graças a organizações como a Europol (serviço europeu de polícia), ou diferentes instituições europeias e mundiais que lidam com este tipo de casos.

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Ainda assim, a governante ucraniana instou a comunidade internacional a impor aos responsáveis por estas “deportações ilegais” sanções tão duras de forma a que compreendam que se prosseguirem “o genocídio do povo ucraniano” acabarão na prisão, o que considera que aceleraria a devolução de todos os menores ilegalmente levados do país.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 — após a desagregação da antiga União Soviética — e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.