Trabalhadores do Arquivo Municipal de Lisboa concentraram-se esta quarta-feira em frente aos Paços do Concelho para reivindicar melhores condições de trabalho e exigir a construção de um novo equipamento, que permita salvaguardar o património documental.

A ação de protesto, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), decorreu ao final da manhã, tendo os manifestantes entregado um abaixo-assinado à assessoria do presidente da Câmara Municipal, Carlos Moedas (PSD), disse à agência Lusa o sindicalista Luís Dias.

O representante referiu que o presidente da autarquia chegou a estar presente, falando com os trabalhadores.

Em causa estão as condições de trabalho nas instalações do Arquivo Municipal de Lisboa, que funcionam no Bairro da Liberdade, na freguesia de Campolide, assim como a exigência na construção de um novo equipamento.

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“O Arquivo está situado num bairro habitacional. Ou seja, aquilo era uma solução provisória, que já se arrasta há mais de 15 anos. O arquivo está em garagens dessa zona residencial. Isso não faz sentido nenhum”, apontou Luís Dias.

Segundo o sindicalista, “um dos problemas prementes no edifício é a climatização, nomeadamente a temperatura e a qualidade do ar” — os funcionários estão a trabalhar em condições que “não respeitam as disposições legais em termos de saúde e segurança no trabalho” e está em risco o “património documental”.

“As preocupações que os trabalhadores colocam, quer em termos de condições de trabalho e na resolução imediata desses problemas, quer até em relação à reivindicação estrutural, que se prende com a construção de um edifício único, foi um compromisso que já tinha sido assumido por este executivo”, apontou.

Apesar deste compromisso, Luís Dias lamentou que o processo “praticamente” não tenha avançado nos últimos três anos, ressalvando, contudo, que não está prevista, para já, nenhuma outra forma de luta.

“Há eleições autárquicas e o processo já devia estar muito avançando e não está. O presidente Carlos Moedas até acabou a conversa dizendo que vai tentar saber o que se passa, mas sem promessas”, indicou.

A Lusa questionou esta quarta-feira a Câmara de Lisboa sobre este processo, mas até ao momento ainda não obteve resposta.

Atualmente, o Arquivo Municipal de Lisboa tem cerca de uma centena de trabalhadores e encontra-se fisicamente dividido em três equipamentos: no Bairro da Liberdade (edifício principal), Rua da Palma (arquivo fotográfico) e em Alcântara (videoteca).