Acompanhe aqui o artigo liveblog do conflito Israelo-palestiniano

A Palestina, que vive um dos momentos mais dramáticos da sua história, vai estar representada nos Jogos Olímpicos por seis atletas, um dos quais uma mulher, informou esta segunda-feira o comité olímpico do país.

A nação do Médio Oriente vai estar representada na natação, judo, pugilismo, tiro e taekwondo, havendo ainda a possibilidade de contar com um elemento no atletismo.

O lutador Omar Ismail foi o único a classificar-se diretamente para os Jogos Olímpicos e o Comité Olímpico Internacional (COI) remete para 8 de julho, dia limite para a confirmação dos presentes, para qualquer tipo de comentário.

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Segundo o diretor técnico do comité olímpico palestino, Nader Jayousi, o restante elenco recebeu vagas da quota universal do COI, geralmente distribuídas por nações mais pobres, com programas desportivos precários.

Jorge Antonio Salhe vai representar o país no tiro, Yazan al Bawwab, que já esteve em Tóquio2020, e Valerie Tarazi na natação, Fares Badawi no judo e Wasim Abusal no pugilismo.

Em Tóquio2020, a Palestina esteve representada por cinco competidores, nomeadamente no atletismo, natação, halterofilismo e judo.

De acordo com as autoridades palestinas, cerca de 300 atletas, árbitros, treinadores e outras pessoas que trabalham no desporto morreram desde o início da agressão de Israel, em guerra com a organização política e militar Hamas.

Entre essas vítimas estava o corredor de longa distância Majed Abu Maraheel, o primeiro palestino a competir em Jogos Olímpicos, em Atlanta1996, que morreu de insuficiência renal depois de não poder ser tratado em Gaza e não poder ser evacuado para o Egito.

A profunda destruição generalizada de Gaza inclui muitas infraestruturas desportivas, sendo que apenas alguns atletas conseguiram sair para continuar a treinar, sendo que na Cisjordânia a situação é menos dramática.

Na história dos Jogos Olímpicos, apenas 26 atletas representaram a Palestina no maior evento desportivo do planeta. A atual incursão mais violenta de Israel em Gaza surgiu após o ataque do Hamas em solo israelita, que provocou mais de 1.100 mortos e resultou ainda em cerca de duas centenas de reféns.

Após essa agressão em 7 de outubro, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou perto de 38 mil mortos, mais de 86 mil feridos e 10 mil desaparecidos, na maioria civis, bem como um desastre humanitário, desestabilizando toda a região.

O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas — “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo