A greve dos professores da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), que começou no início de junho, vai prolongar-se até ao fim de julho, decidiram esta terça-feira os docentes em plenário.

Os professores vão continuar a luta até ao final deste mês“, disse à agência Lusa Miguel Viegas, dirigente do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), indicando que a decisão foi aprovada por unanimidade.

Responsável no SPRC pela área do ensino superior, o sindicalista adiantou que esta posição vai manter-se “não havendo resposta” do Ministério da Educação Ciência e Inovação às reivindicações.

No plenário, nas instalações da ESEnfC, nos Covões, margem esquerda do rio Mondego, em Coimbra, ficou também decidido que a “greve a todas as avaliações” deverá ser retomada, em setembro, “se o problema não for resolvido” antes das férias.

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Na reunião de professores, foram discutidas “novas formas de luta”, incluindo “a possibilidade de alargar este processo às restantes instituições de ensino superior onde centenas ou milhares de docentes permanecem com as carreiras congeladas”.

Na quarta-feira, o SPRC, filiado na Fenprof, vai pôr em circulação um abaixo-assinado para que os docentes do ensino superior universitário e politécnico, em geral, possam “manifestar a sua solidariedade” aos colegas da ESEnfC e exigir “a resolução deste problema no mais curto espaço de tempo possível”, disse Miguel Viegas.

“É também uma forma de alargar a luta”, confirmou o professor da Universidade de Aveiro, após ter participado na reunião com os colegas de Coimbra.

A greve local às avaliações dura há cerca de um mês, o que já levou ao “cancelamento de dezenas de provas, criando caos e incerteza no seio da comunidade académica, com especial destaque para os alunos”, lamentou o Sindicato num comunicado divulgado esta semana.

Miguel Viegas disse que o presidente do conselho diretivo da ESEnfC, Fernando Amaral, participou hoje no plenário.

Segundo o dirigente, aquele responsável revelou que “está em contacto permanente” com o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, e que este “já tem o despacho feito” para ultrapassar o problema.

O documento, porém, está ainda “a ser apreciado” pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP).

Miguel Viegas informou que, no dia 24, uma delegação do SPRC vai entregar o abaixo-assinado ao ministro Fernando Alexandre “e confrontá-lo com a necessidade de uma resposta urgente”, por ocasião de uma reunião do governante com a Fenprof.