A Relatora Especial da ONU para a Palestina, Francesca Albanese, lamentou este sábado um novo “assassínio sem sentido” de civis palestinianos, perpetrado por Israel, cujo balanço é de 90 mortos e mais de 300 feridos na Faixa de Gaza.

A Relatora Especial da ONU para os Territórios Palestinianos Ocupados reagia assim ao ataque ao campo de deslocados de Mawasi, a oeste da cidade de Khan Younis, que descreveu como um “assassínio sem sentido” numa mensagem da rede social X.

“A justificação é sempre a mesma: ‘Ataque contra milícias palestinianas’. Quando é que o mundo vai parar esta máquina da morte?”, questiona Francesca Albanese na mensagem.

“Estou horrorizada com uma nova matança sem sentido de palestinianos civis cometida por Israel: 90 mortos e mais de 300 feridos numa zona onde os próprios israelitas tinham indicado para se refugiarem”, frisou.

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Segundo o Ministério de Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas, pelo menos 90 pessoas foram mortas e mais de 300 ficaram feridas no bombardeamento, que o Hamas garante que ocorreu junto a uma zona humanitária designada por Israel, que se estende do norte de Israel até Khan Younis e para onde centenas de milhares de palestinianos fugiram, abrigando-se principalmente em tendas improvisadas.

Em comunicado, o exército israelita disse que o ataque no sul da Faixa de Gaza teve como alvo o chefe do braço armado do Hamas, Mohamed Deif, e o comandante local na cidade de Khan Younis, e que se dirigiu a uma área onde não havia civis.

Os militares israelitas alegaram que o local atacado era um complexo do Hamas localizado numa área aberta, rodeado de árvores e edifícios, e não nas tendas de Mawasi.

Israel lançou a campanha na Faixa de Gaza depois de um ataque do Hamas, em 07 de outubro, quando militantes do movimento entraram no sul de Israel, mataram 1.200 pessoas, maioritariamente civis, e raptaram cerca de 250.

Desde então, as ofensivas terrestres e os bombardeamentos de Israel mataram mais de 38.300 pessoas em Gaza e feriram mais de 88.000, de acordo com o Ministério da Saúde do território, que não distingue civis e combatentes na contagem das vítimas.

Mais de 80% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram expulsos de casa e a maioria encontra-se agora em acampamentos.