O antigo presidente do CDS-PP Manuel Monteiro defendeu esta segunda-feira que, mesmo em coligação, o partido deve “querer existir individualmente” e considerou que os centristas contribuem para o “realinhamento da Aliança Democrática” quando o PSD “deriva mais para a esquerda”.

“Sem nunca perder de vista a lealdade institucional que uma coligação exige, esperamos obviamente que o CDS tenha sempre a vontade de querer existir individualmente”, afirmou, discursando nas jornadas parlamentares do CDS-PP, que decorrem entre segunda e terça-feira na Assembleia da República, em Lisboa.

O presidente do Instituto Amaro da Costa — IDL disse também que “não basta” o CDS-PP “dizer que é um partido de quadros se não tiver permanentemente esta perspetiva e esta visão de querer crescer com quem é maior do que nós e esses desafios são fundamentais para as novas e as menos novas gerações”.

Manuel Monteiro disse que cresceu “no meio dos grandes” e aprendeu que “ninguém é grande se à sua volta só estiver gente pequena”.

Só podemos ser grandes se crescermos com aqueles que são maiores do que nós, e esse é um desfio permanente para quem está na vida política nacional.

O antigo líder do CDS-PP defendeu ainda que na Aliança Democrática (AD) “foi sempre importante a presença do CDS ao lado do PSD, porque o PSD tem às vezes uma deriva mais para a esquerda”.

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Monteiro considerou que isso é notório “em certas manifestações de algumas áreas, nomeadamente na juventude”.

“E é sempre importante ter presente que o CDS pode contribuir para o realinhamento da AD e não esquecer que há eleitores do centro-direita e da direita democrática que votaram na AD porque lá estava o CDS“, sustentou, dizendo que é o seu caso.

O presidente do IDL adiantou ainda que o instituto está a preparar “um dicionário político não neutro” e voltou a editar uma “revista de pensamento político”, que vai para a terceira edição.

Manuel Monteiro disse que essa publicação conta com entrevistas feitas por si e que as duas primeiras edições contaram com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e da presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza. Na próxima edição, Manuel Monteiro vai entrevistar o também antigo líder do CDS-PP Paulo Portas sobre o tema da lusofonia.

A terceira edição contará também com um dossiê sobre o antigo presidente da Câmara de Lisboa Nuno Krus Abecassis, com testemunhos escritos dos seus sucessores no cargo.