O Japão e as ilhas do Pacífico manifestaram hoje numa cimeira conjunta firme oposição a “qualquer tentativa unilateral de alterar o ‘status quo’ através da ameaça ou do uso da força ou coerção”, numa referência velada a Pequim.

Os termos utilizados na declaração conjunta são regularmente empregues pelos Estados Unidos e pelos seus aliados para se referirem à crescente influência e capacidade militar da China na Ásia – Pacífico.

Tóquio e os representantes dos 18 membros do Fórum das Ilhas do Pacífico (PIF), que conta com Timor-Leste como membro associado, não mencionaram explicitamente Pequim após a reunião de três dias na capital japonesa.

No entanto, os termos utilizados na declaração final desta 10.ª cimeira trienal dos líderes das ilhas do Pacífico (PALM) são mais fortes do que os utilizados na reunião anterior, realizada em 2021.

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Os dirigentes comprometeram-se a assegurar uma região da Ásia – Pacífico estável e próspera, registaram com preocupação a rápida acumulação militar que não é conducente a este objetivo e apelaram a um envolvimento proativo, responsável e transparente para manter a paz e a segurança regionais”, referiu o comunicado.

Com o apoio dos Estados Unidos, o Japão reforçou a sua cooperação em matéria de defesa na região da Ásia – Pacífico, que é muito disputada, onde a China também oferece apoio em matéria de infraestruturas e de segurança.

Os navios que transportam importações de energia vitais para o Japão passam pelas vias navegáveis que rodeiam os membros do Fórum, que são também importantes zonas de pesca para Tóquio.

“O ambiente à nossa volta mudou muito desde a primeira cimeira PALM e estamos perante desafios complexos”, afirmou o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

Em particular, a China assinou um pacto de segurança com as Ilhas Salomão em 2022 que foi mantido em segredo durante algum tempo.

Em janeiro, Nauru, membro do PIF, cortou as suas relações com Taiwan a favor de Pequim. Desde então, apenas 12 Estados do mundo reconhecem diplomaticamente Taipé, incluindo Palau, outro membro do Fórum.

A declaração desta quinta-feira apela a uma “ordem marítima livre, aberta e sustentável, baseada no Estado de direito”.

“Os parceiros PALM (…) reforçarão os intercâmbios no domínio da defesa através de escalas nos portos do Pacífico para os aviões e navios das Forças de Auto – Defesa japonesas”, referiu o documento.