A causa palestiniana, os desafios atuais do Bloco de Esquerda, imigração e clima são alguns dos temas que marcam a edição deste ano do acampamento “Liberdade” que arranca esta quinta-feira com cerca de duas centenas de jovens participantes.

A edição deste ano, que se realiza em S. Gião, na cidade de Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, até domingo, vai assinalar os vinte anos deste acampamento, organizado pela primeira vez em 2004, ainda que tenha tido algumas “paragens durante a pandemia”, explicou à Lusa a coordenadora dos Jovens do Bloco, Iara Sobral.

Este ano o acampamento será como sempre o espaço da esquerda portuguesa onde se desconstrói e discute sem tabus quais são os desafios da esquerda portuguesa e quais é que vão ser as nossas formas de fazer a luta no próximo ano”, afirmou a dirigente.

O programa conta com a participação da coordenadora do BE, Mariana Mortágua, na sexta-feira, numa conversa intitulada “Bloco de Esquerda: de onde vimos, para onde vamos”, com o objetivo de debater “os desafios da esquerda portuguesa, especificamente a esquerda do Bloco”.

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No mesmo dia, a eurodeputada e antiga coordenadora do partido, Catarina Martins, vai juntar-se ao deputado José Soeiro no painel “Trabalho reprodutivo sustenta o capital: uma perspetiva feminista do cuidado” e mais tarde os jovens debaterão “Racismo e Imigração: como combater a extrema-direita?” com a antiga eurodeputada Anabela Rodrigues e a ativista Aliyah Bhikha.

Entre os painéis que ocuparão os participantes até domingo haverá um dedicado ao conflito no Médio Oriente intitulado “Palestina: organizar o boicote, reocupar as escolas”, com a participação do líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, e outro sobre os 50 anos do 25 de Abril com o fundador do BE e historiador Fernando Rosas e o dirigente Tomás Marques.

A participação é aberta a jovens bloquistas mas não só, apresentando-se como “um espaço para toda a gente que se identifique com o BE ou que queira debater o BE“, afirmou Iara Sobral.

No entanto, este acaba por ser um espaço através do qual os bloquistas tentam chamar mais jovens ao partido: “Por norma este é o momento em que temos mais adesões em poucos dias”, salientou a dirigente, que descreveu o acampamento como um “espaço alternativo” e “uma bolha dentro da sociedade portuguesa onde se desconstrói e discute tudo sem tabus”.

Temas como o combate às alterações climáticas no painel “Só salvamos o clima extinguindo o capitalismo” ou as preocupações dos estudantes no debate “Da propina à luta pela habitação: o movimento estudantil vive?” vão estar também em debate nestes quatro dias.

Além dos painéis, os participantes do acampamento “Liberdade” vão poder experienciar vários ‘workshops’ sobre “Sexualidade consciente”, um “Manual de autodefesa feminista”, sobre poesia ou “bombos e palavras de ordem”.

As noites terminam sempre em festa, com temas variados que remetem para causas do BE: “Mulher na democracia não é biombo de sala!”, “Os ricos que paguem (as jolas)!” ou um convívio dedicado à comunidade LGBTQI+.