A equipa de Céline Dion critica o uso “não autorizado” de uma das suas músicas num evento da campanha política dos republicanos Donald Trump e J.D. Vance.

Num comunicado divulgado no X, no sábado à noite, é dito que “a equipa de gestão de Céline Dion e a sua editora discográfica, a Sony Music Entertainment Canada Inc., tiveram conhecimento de um uso não autorizado do vídeo, gravação, atuação musical e estilo de Céline Dion a cantar ‘My heart will go on’ durante um comício da campanha Donald Trump/J.D. Vance no Montana”, na sexta-feira.

“De forma alguma isto foi um uso autorizado e a Céline Dion não apoia este ou qualquer uso semelhante”, continua a nota. No fim, deixam uma questão: “… A sério, AQUELA música?”.

O tema tornou-se um dos maiores sucessos da carreira da cantora, já que faz parte do filme “Titanic”, lançado em 1997. A balada cantada por Céline Dion valeu-lhe um Óscar da Academia para melhor música original e ainda quatro prémios Grammy.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O filme retrata o romance entre uma jovem aristocrata, interpretada por Kate Winslet, e um artista pobre, um papel desempenhado por Leonardo DiCaprio. A ação desenrola-se durante a primeira e única viagem do Titanic, o navio que se afundou em 1912 após colidir um iceberg. 

Só o balão brilhou mais do que ela. O regresso aos palcos de Céline Dion cinco anos depois

A campanha de Donald Trump não emitiu até agora um comentário de reação à nota da equipa de Céline Dion.

O comício do Montana, onde foi usada a música, teve uma viagem atribulada para o candidato republicano às eleições presidenciais de 2024. O avião onde Trump seguia foi desviado após uma falha mecânica durante a viagem. Apesar do susto, aterrou em segurança no mesmo estado, mas no aeroporto de Billings, a mais de 228 quilómetros do destino.

Avião onde seguia Trump desviado por problema técnico, mas aterrou em segurança

A cantora não é a única a queixar-se do uso de músicas durante campanhas políticas sem autorização. Neil Young chegou a avançar com um processo, entretanto retirado, contra Trump pelo uso dos temas “Rockin’ in the Free World” e “Devil’s Sidewalk” durante alguns comícios. O processo, apresentado em 2020, referia que Trump usou músicas de Young repetidamente desde 2015.

O grupo de artistas que pediram a Trump para deixar de usar as suas músicas sem autorização inclui ainda os Rolling Stones, Ozzy e Sharon Osbourne e Black Sabbath.

Na intimidade do pesadelo de Céline Dion

O fenómeno não é novo: Bruce Springsteen criticou o Presidente Ronald Reagan pelos planos para usar o tema “Born in the USA” durante a campanha presidencial de 1984, contra George H. W. Bush.

De acordo com a BBC, legalmente, os políticos norte-americanos não têm de obter permissão direta dos artistas para usar os temas durante ações de campanha. As próprias campanhas podem adquirir pacotes com milhões de músicas, que dão acesso legal aos direitos. No entanto, os artistas têm o direito de pedir para que as suas músicas sejam retiradas desses pacotes.