O suspense pré-orçamental continua e, segundo o PS, só pode ser desfeito pelo Governo. Na Feira de Agosto, em Grândola, Pedro Nuno Santos veio garantir que não se sente “pressionado”, mesmo com todos os apelos do PSD para que ajude a viabilizar o Orçamento do Estado. E empurrou a discussão para depois.

“[Só estamos pressionados] pela necessidade de defendermos os nossos valores, programa e visão do país”, avisou Pedro Nuno Santos. “Em matéria de Orçamento estamos como estávamos em julho. O PS disse que só avançaria com a negociação quando conhecesse as previsões orçamentais para 2024 e 2025. Enquanto não tivermos informação orçamental não avançaremos nem apresentaremos nenhuma proposta”, rematou.

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A iniciativa de começar verdadeiramente o processo de negociação orçamental, assim como de assegurar que o Orçamento passa, tem de ser do Executivo, insistiu o líder do PS: “Rejeitamos essa responsabilidade”.

“Vamos apresentar as nossas propostas, se forem aceites viabilizaremos, se não não. Não há jogo escondido”, acrescentou ainda Pedro Nuno Santos, frisando que apela “à responsabilidade do Governo” — é mais um episódio do jogo do empurra que tem ocupado PS e PSD, com os partidos a fazerem exigências mútuas para garantam que o Orçamento do Estado passa e que participam de forma “séria” nessas negociações.

Questionado sobre a situação na Madeira e a comissão de inquérito que o PSD/Madeira anunciou que vai propor, o socialista defendeu que após uma “catástrofe” deve haver um apuramento sobre o que aconteceu: “Das informações que vamos obtendo é cada vez mais claro que as coisas não correram bem. Temos de perceber o que não correu bem para podermos corrigir”. Além da evolução e combate ao fogo na Madeira, será preciso, no contexto do quadro nacional, “perceber também como correu articulação entre autoridades nacionais e regionais”, concluiu.