O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou que o atual Governo tem “uma capacidade extraordinária” de encontrar “uma solução de negócio” para “cada um dos problemas” que o país enfrenta. “Estamos perante um Governo que tem uma capacidade extraordinária, se calhar ainda maior que o Governo anterior, sob cada problema, cada carência, sob cada dificuldade que o nosso povo enfrenta, olha para cada um desses problemas e vê uma oportunidade de negócio”, defendeu.

De acordo com Paulo Raimundo, que discursava num jantar com militantes comunistas na Feira de Agosto de Grândola, no distrito de Setúbal, uma das soluções encontradas pelo Governo para a distribuição de riqueza, foi “baixar os impostos para os mais ricos”.

“É preciso valorizar as carreiras dos profissionais de saúde para garantir que médicos, enfermeiros, técnicos se fixem no Serviço Nacional de Saúde, a opção do Governo é transferir ainda mais dinheiro, ainda mais recursos públicos para aqueles que fazem da doença um negócio”, exemplificou.

No seu discurso, perante dezenas de militantes, o líder comunista criticou ainda as opções do Governo em relação ao preço da habitação, a quem acusou de “escancarar mais um negócio à banca, com os seus só 12 milhões de euros de lucros por dia”.

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Também para a ferrovia e para o novo aeroporto, “onde é preciso investir”, a solução do Governo “é entregar a ferrovia aos privados e preparar a privatização da TAP”, acrescentou. Para o secretário-geral do PCP, “os problemas do país, os problemas de cada um de nós e os problemas das nossas vidas não só não se estão a resolver como se estão a agravar e o atual Governo do PSD/CDS está apostado em acelerar este processo o mais rapidamente possível”.

“E naquilo que depender da vontade e do contributo para este processo do Chega e da Iniciativa Liberal só se pode contar com duas coisas: a primeira, é ver qual é o mais reacionário e, a segunda, é acelerar o mais possível, no sentido das injustiças e das desigualdades”, alertou.

Sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2025, Paulo Raimundo lembrou que mais do que “estabilidade política”, o país precisa de “estabilidade na vida de quem trabalha”. “O que é interessante é que colocam a questão do OE associada à estabilidade política e nós aqui dizemos que precisamos é de estabilidade na vida de quem cá trabalha, na vida de quem cá vive, na vida de quem cá estuda, é essa a estabilidade que é necessária”, frisou.