Foi o próprio que anunciou esta tarde na cerimónia de inauguração do Laboratório de Inovação e Sustentabilidade Alimentar (LISA) do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, onde o primeiro-ministro marcou presença.

Como já será ou é do conhecimento público recebi o convite para presidir ao Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU). Eu sempre quis cumprir o meu mandato até ao final. As condições pessoais, familiares, neste momento não aconselhavam, de todo, à minha saída de Esposende e tinha inclusive recusado outros convites. Só aceitei este desafio porque acredito em si [Luís Montenegro], só por isso, acredito no seu projeto e na sua visão para o país e porque, também, confesso, não resisto a um bom desafio”, afirmou Benjamim Pereira, segundo declarações transmitidas pela SIC Notícias.

“Perante o convite, como é que um simples cidadão, presidente da câmara, poderia dizer que não a um convite desta natureza?”, indicou, ainda, citado pela Lusa. Era presidente da Câmara desde 2013.

Benjamim Pereira vai assim substituir António Gil Leitão, que assumiu a presidência do IHRU em junho de 2023, pela mão de Marina Gonçalves.

O Governo ainda não tinha confirmado o substituto para o IHRU que já tinha sido antecipado pelo Diário do Minho. Antes já tinha sido noticiada a intenção de mudar a presidência do IHRU pelo Governo, depois de em março ter sido noticiado que para a função iria ser escolhida Gabriela Seara. Só que esta gestora não passou pelo crivo da Cresap e acabou a entrar na Águas de Portugal.

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Em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia desta quarta-feira, Benjamim Pereira indicou que irá provavelmente assumir funções na segunda semana de setembro, uma vez que o processo está ainda em curso e que a nomeação necessita de ser aprovada em Conselho de Ministros. Não é conhecida a posição da Cresap sobre este nome.

Questionado sobre o que irá trazer de novo para o IHRU, o ainda autarca assegurou que assim que assumir funções pretende fazer um diagnóstico da situação. Mas acrescentou: “a pior coisa que podia fazer era achar que está tudo mal”.

“Não há de ser assim com toda a certeza, mas uma coisa é certa, o IHRU está neste momento confrontado com dificuldades que nunca teve até à data”, referiu, elencando o crescimento do Alojamento Local, o aumento da procura devido à imigração, mas também o custo da habitação.

“Há muitos problemas, mas isso não quer dizer que a estrutura não tenha capacidade para os resolver”, referiu.

“Há a marcação do património, há muita coisa ligada ao IHRU que tem de funcionar, mas depois há uma nova dimensão que é a execução das estratégias locais de habitação, que os municípios têm do seu lado e que tem de ser feita, sendo fundos do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], até junho de 2026”, referiu.

Benjamim Pereira assegurou ainda que a sua prioridade à frente do IHRU será “dar resposta a quem precisa de habitação”, desde os jovens à classe média.

“Estamos a falar na ordem dos 4,5 mil milhões de euros para executar em relação à habitação. É uma responsabilidade enorme, estou confortável e tranquilo com essa responsabilidade porque sei que vou dar o meu melhor e que vou encontrar com certeza uma equipa que, quanto muito precisará de ser motivada para alcançar objetivos”, acrescentou.

Destacando o papel desempenhado pelo autarca em Esposende, o primeiro-ministro considerou que Benjamim Pereira assume “um desafio gigante, que é o de coordenar com o Governo uma das principais políticas públicas que pode dar qualidade de vida, bem estar, futuro, sustentabilidade, competitividade, capacidade de reter o capital humano em Portugal”.

Pela saída de Benjamim Pereira, será o vereador e número dois na lista do PSD à Câmara de Esposende, Guilherme Emílio, que vai assumir a presidência daquele município.