Adele – 25

Desde que Adele disse “Hello”, com o vozeirão que lhe conhecemos, que não mais se falou de outra coisa no mundo da pop. Num mês, o vídeo soma 463 (!) milhões de visualizações. 25, o terceiro e muito aguardado disco de originais da britânica, foi lançado esta sexta-feira e nunca conseguirá traduzir em vendas aquele número astronómico.

Mas, numa época em que o mercado discográfico está em fase decrescente, estima-se que a cantora e compositora de 27 anos quebre um recorde que não é batido desde que Adele era uma jovem a entrar na adolescência: vender mais de 2.416.000 discos na primeira semana de lançamento. O feito foi conseguido pela boysband ‘N Sync no ano 2000. Estima-se que a britânica consiga superar essa marca, alcançando o redondo número de dois milhões e meio e provando que a venda de discos ainda esperneia para mostrar sinais de vida.

A sobriedade mediática que adotou após toda a loucura que o sucesso de 19 e 21 trouxe à sua vida — casou em segredo, foi mãe de um menino, tornou-se vegetariana e surpreendeu os olhares curiosos ao aparecer visivelmente mais magra — parece condizer com a mesma sobriedade com que nos surge em 25. A voz é a sua grande arma e Adele usa-a como melhor sabe, apoiada em baladas ao piano. Mas à maturidade parece faltar alguma dose de risco. Terá sido intencional? Estará Adele com medo de desiludir uma indústria que vê em si uma espécie de salvadora?

Ringo Deathstarr – Pure Mood

Austin, Texas, tem dado muitas coisas boas ao mundo, tanto no cinema como na música. Uma dessas maravilhas para quem gosta de shoegaze chama-se Ringo Deathstarr. Pure Mood não vive do passado e acrescenta outros elementos à base caótica das guitarras e correspondente distorção. Exemplo disso é “Heavy Metal Suicide”. Mas um bom exemplo do que se pode esperar do grupo formado em 2007 é esta “Guilt”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Torto – Escabroso

Quem é fã de rock instrumental deve reter o nome dos Torto. O trio do Porto acaba de lançar o segundo disco pela Lovers & Lollypops e o resultado são 11 canções bem estruturadas, com um ambiente entre o misterioso e a banda sonora de um filme alternativo. Tudo feito com a guitarra de Jorge Coelho (Zen, Mesa), a bateria do universo jazz de Jorge Queijo e o baixo de Miguel Ramos (Jorge Palma, Supernada e Mesa). O teclista Hugo Raro ajudou na gravação.

José Pedro Gil e Emanuel de Andrade – Outro Tempo, José Afonso

Voltando aos lançamentos portugueses, Zeca Afonso é alvo de uma homenagem de músicos que não tiveram idade para acompanhar em idade adulta a carreira do cantor, guitarrista e compositor, mas cuja influência musical ainda hoje se faz sentir. Canções como “Menino do Bairro Negro” são apresentadas pela Ensemble Orquestral, composta por um quarteto de cordas, piano e voz. Como vai poder ouvir de seguida, os arranjos são bem diferentes do original, fruto da interpretação e experimentação do repertório de Zeca Afonso, falecido há quase 30 anos mas ainda tão atual.

Tinariwen – Live in Paris

Saltamos dos sons portugueses para o ambiente tuaregue dos excelentes Tinariwen. Se é ao vivo que a força do grupo do Mali se faz sentir em todo o seu esplendor, o primeiro lançamento em disco de um concerto é uma boa notícia. Live in Paris, Oukis n’Sasuf foi gravado na capital francesa a 13 de dezembro do ano passado com a participação especial de Lalla Badi. Eis uma amostra: