“Bem-vindo à vida civil”, dizia Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, enquanto batia nas costas de António Guterres quando os jornalistas se aglomeravam à sua volta. Não voltou para as presidenciais como tanto se falou durante o último ano, voltou afinal a Portugal para “descansar”. António Guterres foi perentório ao dizer que não pretende voltar à vida política ativa nacional.

Na sua primeira aparição pública depois da saída do cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres esclareceu as dúvidas que muitos levantaram sobre o seu futuro. Afirma que vai “descansar” e que precisa “de umas férias”. O tempo será usado para refletir como poderá aproveitar as suas capacidades para fazer “alguma coisa útil”.

“Vou descansar algum tempo e calmamente vou refletir sobre a melhor maneira de aproveitar as experiencias que tenho e as capacidades que tenho par fazer alguma coisa útil”, disse António Guterres

O que está riscado desta agenda é mesmo o regresso à política nacional. “Não vou voltar à vida política nacional”, disse firmemente o antigo primeiro-ministro. Poucos minutos depois, Santos Silva disse que tem a expectativa que Guterres venha a dar um contributo ao “mais alto nível”. “Lá fora ou cá dentro, a decisão é dele”, afirmou o ministro, deixando ainda no ar a possibilidade de uma difícil campanha nacional pela eleição de António Guterres para o cargo de secretário-geral da ONU – cargo para o qual tem sido apontado, mas cuja obtenção está ser dificultada por regras informais da ONU que determinam que desta vez, o cargo cimeiro da ONU deverá ser ocupado por uma mulher do Leste europeu.

Para já, Guterres deverá ficar em Portugal, mantendo o cargo de administrador não executivo na Gulbenkian e participando em conferências, falando sobre a sua experiência com refugiados.

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