As obras no eixo entre o Marquês de Pombal e Entrecampos, em Lisboa, vão começar em março sem que os moradores saibam quais os preços de estacionamento negociados entre a câmara e os privados que gerem os vários parques na zona das Avenidas Novas. Face à perda de lugares que o projeto prevê, a autarquia comprometeu-se a essa negociação, mas ainda não há nada anunciado.

“A questão do estacionamento alternativo está a ser devidamente acautelada e a seu devido tempo será divulgada junto dos interessados”, disse uma fonte da Câmara Municipal de Lisboa ao Observador, em resposta a várias perguntas sobre o tema.

Em outubro do ano passado, quando o município anunciou a intenção de fazer obras nas avenidas Fontes Pereira de Melo e da República e nas praças de Picoas e do Saldanha, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, foi a uma agitada reunião de moradores garantir que estava “a tentar encontrar soluções” junto dos parques da zona (pertencentes a privados) no sentido de se implementarem “avenças que sejam compatíveis” com as capacidades financeiras dos residentes. Cerca de um mês depois, a autarquia votou unanimemente uma moção que propunha que essas soluções fossem apresentadas no espaço de 90 dias. Esse prazo terminou a meio da semana passada.

Vai haver debate?

A moção de novembro, levada a reunião pelo vereador do CDS, previa também que se ponderasse a inclusão no projeto das “ideias, alterações e benfeitorias” sugeridas pelos lisboetas durante o período de consulta pública. A câmara, porém, poucas coisas terá mudado, segundo a resposta que deu ao Observador. “Na sua essência, o projeto não foi alterado. No entanto, em fase de obra poderá haver lugar a acertos, nomeadamente em relação à forma de execução dos trabalhos, desvios de trânsito, etc.”, garantiu uma pessoa do departamento de comunicação da autarquia.

“O projeto do Eixo Central tem estado a ser preparado pelos serviços da CML com todo o cuidado de modo a provocar o mínimo de perturbações na vida quotidiana de todos os que vivem e trabalham naquele importante eixo da cidade”, sublinha a câmara.

Outra coisa que estava prevista na moção de novembro era a ponderação de se fazer um debate na Assembleia Municipal de Lisboa assim que se conhecesse o projeto final das obras. Questionada sobre o assunto, a câmara não respondeu.

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