O primeiro-ministro afirmou, neste domingo, que não compreende porque é que o PS só quer discutir a reforma das pensões depois das eleições, especialmente porque, segundo Pedro Passos Coelho, se trata de uma “matéria estrutural” em relação às quais não se deve “perder tempo”. O líder do PSD alertou ainda para “os líderes que se apresentem com ideias vanguardistas” e que querem “mudar tudo” sem atender à realidade.

No encerramento do congresso da JSD, que elegeu um novo líder, Simão Ribeiro, deputado social-democrata de 28 anos, Passos Coelho admitiu que o país tem um problema com a sustentabilidade das pensões, mas que o Governo tentou resolvê-lo. “Apresentámos várias possibilidades, mas não conseguimos obter uma conformação jurídico-constitucional que nos permitisse encontrar a solução”, afirmou o primeiro-ministro sobre os sucessivos chumbos do Tribunal Constitucional à reforma dos sistemas de pensões.

Mas se estas razões o social-democrata teve de aceitar, o que Passos Coelho diz não compreender é como é que o PS não quer negociar desde já com a maioria formas para dar sustentabilidade às pensões públicas. Os socialistas pretendem discutir um novo sistema só após as eleições, mas Passos considera que se trata de uma “matéria estrutural” em relação à qual “não se deve perder tempo”.

“Os portugueses perceberam, ao contrário de muitas outras vezes, que se tínhamos chegado onde chegámos não foi com promessas vagas”, afirmou o líder do PSD, avisando contra os líderes que se apresentam “com ideias vanguardistas, querendo mudar tudo”, mas que não atendem à realidade do país. “O país ficou elucidado do que valem as fantasias”, argumentou o primeiro-ministro.

Passos Coelho lembrou ainda os seus tempos à frente desta estrutura partidária. Na altura, Fernando Nogueira era líder do PSD e o jovem Pedro Passos Coelho não o apoiou na liderança. Nogueira não se esqueceu, no entanto, de reconhecer o seu papel e da JSD na campanha das legislativas de 1995, uma atitude que o social-democrata fez questão de lembrar, dizendo até em jeito de desafio: “Faz-nos falta Fernando Nogueira na política portuguesa”.

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