Actuaram pela primeira vez em Portugal no festival “Imperial ao Vivo” no Porto em 1997. Há cerca de um ano passaram pelo “Marés Vivas” na praia do Cabedelo, em Gaia. Os The Prodigy estão de regresso ao Passeio Marítimo de Algés onde já tocaram em 2009. Insistimos no artigo definido para evitar quaisquer confusões com Prodigy, nome artístico de Albert Johnson, um dos rappers do duo nova-iorquino Mobb Deep.

A banda de “Smack My Bitch Up” é atualmente formada por Liam Howlett, Keith Flint e Maxim Reality. Em 1990 quando começaram em Braintree (Essex, Inglaterra) tinham mais dois elementos, o teclista Leroy Thornhill e a carismática bailarina Sharky. Ela saiu pouco depois de o grupo ter assinado o contrato discográfico, em rutura com a ideia de ver o projeto alternativo transformado num êxito comercial. Contemporâneos de Fatboy Slim e dos The Chemical Brothers, os The Prodigy são considerados pioneiros do sub-género big beat que invadiu as pistas de dança no final do século XX.

Na próxima sexta-feira 10 de julho vão apresentar o mais recente “The day is my enemy” com temas gravados ao longo dos últimos quatro anos. O disco saiu há três meses e foi bem recebido pela crítica, no ano em que a banda comemora 25 anos de carreira. Mostramos-lhe aqui o vídeo do primeiro single “Wild Frontier”:

No catálogo encontramos seis álbuns de originais e um registo ao vivo, “World’s On Fire” editado em 2011. Ganharam vários prémios ao longo destes 25 anos, num currículo onde se destacam dois Brit Awards na categoria de melhor número de dança, três prémios MTV pelos telediscos e cinco prémios MTV Europe pela música. Estiveram também nomeados para os Grammy por duas vezes.

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O disco de estreia chegou em 1992 com um título adequado. “Experience” foi um dos álbuns pioneiros da cultura techno europeia. O género inspirado pelo tecido industrial de Detroit chegou à Europa no verão de 1988 e rapidamente se instalou, em armazéns e fábricas abandonados, que forneciam o cenário ideal para as agitadas celebrações do movimento conhecido como “rave”. Estavam na moda as drogas sintéticas e as festas em que muitos dançavam com garrafas de água na mão.

A força criativa dos The Prodigy sempre foi o irreverente Liam Howlett. Aprendeu a tocar piano em criança e isso nota-se nas atuações ao vivo, quando conseguimos perceber a destreza com que maneja os teclados. Quando estava a acabar o liceu, um emprego de férias como servente de pedreiro numa obra de construção civil permitiu-lhe ganhar dinheiro suficiente para comprar o primeiro gira-discos. Estavam ainda longe os tempos de glória com “The fat of the land”, em 1997, onde surgiu o icónico “Firestarter”. A canção cuja letra foi escrita à mão por Liam com um marcador na parte metálica de um aquecedor elétrico. Uma preciosidade vendida entretanto num leilão.

Os primeiros espetáculos dos The Prodigy tinham tão pouca audiência que chegavam a ser notícia apenas por esse facto. Um deles registou a presença de somente nove pessoas no recinto, e cinco eram funcionários. No entanto, pouco tempo depois estavam a atuar numa rave em que participaram mais de 12.000 pessoas. A originalidade do grupo residia no facto de tocarem ao vivo, ao contrário de outros que na época usavam gravações em cassetes DAT (Digital Audio Tape).

Verdadeiras máquinas de fazer barulho para alguns, ídolos da cultura techno para outros, os “mestres da rave” vão tocar com o som no máximo na próxima sexta-feira, 10 de julho. São eles que encerram a noite no palco principal, depois dos Mumford & Sons. E ainda há bilhetes.

theprodigy.com / NOS Alive