A relação com António Costa está “crispada” e esfriou, mas Jerónimo de Sousa acredita que ainda há caminho a fazer nos acordos à esquerda. Em entrevista ao Observador, esta segunda-feira, o secretário-geral do PCP deixa pistas para o que vai acontecer depois de 30 de janeiro, abrindo espaço a entendimentos com o PS: para já, admite que é quase “impossível” não alinhar numa moção de rejeição para travar um Governo de Rui Rio e não exclui mesmo a hipótese de voltar a alinhar em acordos escritos.

Para já, o PCP só trabalha com o cenário de António Costa voltar a conseguir formar Governo — com Pedro Nuno Santos, o homem mais apontado para suceder a Costa caso o PS saia derrotado, Jerónimo faz questão de garantir que não tem qualquer relação especial (“Dou a minha palavra”). E estabelece condições para voltar a negociar — garantindo que desta vez o PS “cedeu mais ao Presidente da República” do que ao PCP.

Nesta entrevista, Jerónimo ri-se quando ouve falar da promessa do PS quanto ao salário mínimo (900 euros em 2026), mas admite que quando o valor mínimo se aproxima tanto do médio isso “coloca um problema”. Quanto à tão falada sucessão na liderança do partido, dá uma garantia: “Haja saúde e vamos até ao fim”. E ainda deixa uma porta aberta a conversas com o Chega a nível autárquico: “Nós não particularizamos”.

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