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Por detrás do grupo que assalta a Casa da Moeda espanhola estão actores mais ou menos conhecidos em Espanha. Ao investigar sobre eles percebe-se que Álex Pina, o criador da série, tem olho para a coisa. Com alguns já tinha colaborado no passado, outros foi buscar a telenovelas, procurando a experiência necessária para dar o tom certo que torna “A Casa de Papel” tão viciante. Na pesquisa, claro, esbarrámos na impenetrabilidade de Oslo.

Úrsula Corberó

Tokio

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Parte do feitiço imediato de “A Casa de Papel” passa pela voz da sua narradora, Úrsula Corberó, a catalã de 28 anos que interpreta Tokio, a personagem principal da série criada por Álex Pina. A voz embala para a narrativa e envia o espectador logo para a intriga, há uma tonalidade ideal para o propósito. A escolha é fácil de perceber: além de ter tido aulas de interpretação, Corberó teve também aulas de canto e de técnica vocal e chegou a participar em canções de algumas séries e filmes espanhóis, sendo a mais importante “El Precio de la Verdad” para “Física o Química”, ficção para adolescentes (um misto de “Riscos” com “Morangos Com Açúcar”) da Antena 3 (canal que transmitiu “A Casa de Papel” em Espanha), onde foi uma das protagonistas entre 2008 e 2011.

Apesar da sua carreira ter começado em 2002, em “Mirall Trencat”, e ter tido trabalho regular até 2008, foi com “Física o Química” que começou a ganhar destaque e alguns prémios de interpretação em Espanha. Em 2014 foi eleita a “Mulher do Ano” para a Men’s Health espanhola e desde então tem conseguido papéis relevantes como na série “La Embajada” ou nos filmes “Perdiendo el Norte” ou “Proyecto Tiempo”. Recentemente conseguiu um papel na série britânica “Snatch”, a adaptação para televisão inspirada no filme de Guy Ritchie.

Álvaro Morte

El Profesor

O charme de biblioteca do El Profesor vem de um actor nascido há 43 anos em Cádiz e que é mais conhecido pela sua carreira na televisão. Até se tornar mundialmente conhecido como El Profesor, Álvaro Morte teve papéis regulares na versão espanhola de “Conta-me Como Foi” (2009-2010), “Planta 25” (2007-2008), e nas telenovelas “Amar es para sempre” (2014), que era uma continuação de “Amar en tiempos revueltos” e “El secreto de Puente Viejo”, onde Jaime Lorente também entrou. É um homem também dedicado ao teatro: em 2012 fundou a companhia 300 Pistolas e desde então tem dirigido algumas peças que foram populares em Espanha.

Pedro Alonso

Berlín

Nascido na Galiza em 1971, o psicopata favorito de “A Casa de Papel” (porque é o único) começou a carreira em meados da década de 1990 em pequenos papéis em curtas-metragens e filmes. Em Espanha é conhecido por interpretar uma personagem que pouco tem a ver com Berlín, o padre Horacio Casares na série “Padre Casares”, que estreou em 2008 e só terminou em 2015. Cruzou-se com Úrsula Corberó em “La Embajada” e há uns anos teve um papel menor em “El Ministerio del Tiempo”, a série que foi adaptada para português pela RTP1 em 2017.

Entrevista com Berlín, de “A Casa de Papel”: “Foi em Lisboa que dei os primeiros passos como ator”

Alba Flores

Nairobi

A madrilena de 31 anos é uma das poucas personagens femininas de “A Casa de Papel”, mas começa desde cedo a dar nas vistas pelo seu carácter forte, triunfante e decisivo. É uma mulher de armas. É filha do compositor Antonio Flores e da produtora de teatro Ana Villa, e neta da cantora e actriz Lola Flores. Foi no teatro que começou a sua carreira, com papéis de destaque em “Luna de miel en Hiroshima” (2005) e “Sueño de una noche de verano” (2007), mas depressa saltou para cinema e televisão. Aléx Pina ficou impressionado pelo seu talento em “Vis a Vis” e não pestanejou quando a imaginou como uma das assaltantes à Casa da Moeda espanhola.

Miguel Herrán

Rio

O actor mais novo do elenco principal da série nasceu em Málaga em 1996 e apesar da sua carreira apenas ter começado há uns anitos, já ganhou um Goya para revelação de 2016 pelo seu papel em “A Cambio de Nada”, de Daniel Guzmán. A sua estreia na televisão deu-se precisamente em “A Casa de Papel”, como Rio, o tipo do grupo que percebe de computadores e de sistemas informáticos e está actualmente a rodar “Elite”, onde Jaime Lorente também participa.

Paco Tous

Moscú

A personagem mais querida de “A Casa de Papel”, pai de Denver, calhou a Paco Tous, um sevilhano nascido em 1964 e que começou a sua carreira no teatro. É um dos fundadores da companhia Los Ulen e, para ganhar os trocos desta vida, chegou a trabalhar no parque de diversões Isla Mágica. Apesar de ter coleccionado uns papéis em filmes na década de 1980, a sua carreira como actor, tanto em cinema como em televisão, só acordou neste século, em 2005, quando se afirmou como protagonista na série de comédia “Los hombres de Paco” (2005-2010), criada também por Álex Pina e também para a Antena 3, onde interpretou um inspector da polícia. A comédia ‘pegou’ e entre 2012 e 2014 foi Tino Colmenarejo na série “Con el culo al aire”, uma comédia em volta de uma família que, afectada pela crise, resolve viver uma vida alternativa num atrelado. Fora da televisão, é um conhecido activista, dando a cara com frequência por algumas causas. Não é de estranhar que seja o homem dos explosivos em “A Casa de Papel”.

Jaime Lorente

Denver

O que seria de uma série de acção sem alguém mais temperamental do que racional? E que, claro, se apaixona por um dos reféns? É fácil cair nas graças de Denver, o grunho sentimental de “A Casa de Papel”, filho de Moscú (Paco Tous) e que procura no assalto uma forma de escapar a uma curta vida já cheia de erros. Apesar de ter começado a sua carreira há cerca de quinze anos, Jaime Lorente (Murcia, 1991) nunca foi alvo de grande atenção, teve um ou outro papel com regularidade na televisão (como nas telenovelas “Amar en tiempos revueltos” ou “El secreto de Puente Viejo”). Demorou mas finalmente afirmou-se em “A Casa de Papel”. Actualmente está a gravar a série “Élite”, que se passa numa escola de – lá está – elite, para onde os ricos mandam os seus filhos, que só se estreará para o ano.

Darko Peric

Helsinki

Quem diria que um dos músculos de “A Casa de Papel” coloca no seu currículo, como um dos muitos talentos, a vocação para cantar? Parece que é bom no rock e nos blues. Mas há mais: Helsinki também é bom a dançar a valsa e parece que pinta. A isto acresce a sua paixão pelo boxe, ping pong e diversas artes marciais. Pelo meio ainda teve tempo para aprender a montar a cavalo. O sérvio nascido em 1977 é um homem de muitos talentos (também fala imensas línguas) e após ter tentado a carreira em teatro e cinema em diversos países, decidiu finalmente sediar-se em Espanha. Talvez o filme mais conhecido em que participou seja “Um Dia Perfeito” (2015) de Fernando León de Aranoa. Cruzou-se com Álex Pina na única longa-metragem que realizou “Kamikaze” (2014), num papel secundário. Já agora, outro dos talentos de Darko é produzir sons de baixo com a voz. Como é possível não gostar dele?

Roberto García Ruiz

Oslo

Pouco se sabe sobre Roberto García e isso enquadra-se na perfeição com a sua personagem Oslo, que com Helsinki, forma a força bruta da equipa de assalto. Tal como na ficção, a vida real do actor parece impenetrável e misteriosa, o único papel que lhe é atribuído é o Oslo em “A Casa de Papel”.

Itziar Ituño

Raquel Murillo

Parte do plano de El Profesor envolve a polícia, não só a forma como reagiria, mas também por conhecer quem está do outro lado. E é por isso que Raquel Murillo, interpretada pela actriz do País Basco de 43 anos, Itziar Ituño, tem de ser parte do grupo de assalto: sem as suas vulnerabilidades, o plano de El Profesor não seria o mesmo. Apesar de ter estudado Sociologia, resolveu tentar a sua sorte como actriz, uma das suas paixões desde pequena. Tem uma extensa carreira no teatro, alguma em cinema (sobretudo curtas-metragens), mas é pelo seu papel em “Goenkale”, a telenovela mais longa de sempre do País Basco (começou em 1994 e terminou em 2015), que se tornou popular.