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O segredo é perguntar porquê

Na OutSystems é possível questionar as chefias e os processos. Com colaboradores dos 18 aos 62, a idade não é importante e procuram tirar o melhor partido de cada geração

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Há 17 anos, surgia a OutSystems, uma empresa portuguesa que desenvolve plataforma low-code, que permite o rápido desenvolvimento de aplicações empresariais. Fundada por Paulo Rosado, em 2001 dava os primeiros passos a caminho daquilo que é hoje: líder de mercado e considerada pela publicação americana Forbes, como uma das melhores empresas para trabalhar (no segmento Cloud Computing) em 2017.

Qual o segredo? Parece que não é nada que escondam, ou não pretendam partilhar. Antes pelo contrário: a razão para assim ser considerada, quer por entidades externas, quer pelos seus colaboradores, está às claras, para quem quiser ver. E até replicar.

Desde o primeiro dia

A aproximação ao mundo OutSystems começa logo à chegada. “Fiquei impressionada com algumas coisas que nunca pensei encontrar num ambiente empresarial, como o dresscode descontraído, nerfs em cima da mesa, o escritório em open space, sem ter um gabinete especial para o manager, head manager, diretor ou vice-presidente. A sensação era a de que estava num ambiente entre amigos e de que estavam todos a trabalhar para um produto, com a ambição de serem os melhores. E senti que havia abertura para toda a gente falar e ser ouvida”, revela Sara Gonçalves, de 27 anos, Team Captain da equipa App Frontend no R&D.

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Lembra ainda que este primeiro dia foi dedicado a conhecer o “Small Book of the Few Big Rules”, onde estão compiladas as “regras que acabam por se refletir na cultura da empresa”. João Filipe Rodrigues fala um pouco mais sobre este pequeno guia. Com 41 anos e Manager na área e Software Engineering do R&D, está na empresa quase desde o início (“a um de junho deste ano comemoro os 15 anos”), pelo que sabe do que fala. “A cultura da OutSystems, espelhada no ‘Small Book of the Few Big Rules’, não resultou de um exercício para saber que empresa queríamos ser. Resultou de um exercício feito para perceber que empresa somos e o que nos torna diferentes. Portanto, tudo o que lá esta ocorre de forma bastante natural, obviamente com os desafios que se colocam a uma empresa em grande expansão”. E dá o exemplo de um colaborador sénior que, poucas semanas depois de estar a trabalhar na sua equipa, disse que “tinha achado que a conversa da cultura (tida durante o processo de recrutamento) era, à semelhança de outras empresas, mais teórica. Mas que estava realmente surpreendido pela forma como tinha sido recebido e pela forma como a cultura era efetivamente posta em prática”.

"E senti que havia abertura para toda a gente falar e ser ouvida"
Sara Gonçalves, Team Captain da equipa App Frontend no R&D

Daniel Marques, 25 anos e Designer, acrescenta: “uma das primeiras coisas que é ensinada na OutSystems é que todos têm o direito, e são incentivados, a “perguntar porquê /ask why”, seja para saber mais sobre um detalhe técnico, seja para questionar a estratégia da equipa ou de uma decisão, seja ela de quem for”.  E, apesar deste guia do qual se fala ter sete regras – todas elas cumpridas – a primeira, “Ask Why” (perguntar porquê) é, efetivamente, a preferida da maioria dos colaboradores.

“Uma das primeiras coisas que é ensinada na OutSystems é que todos têm o direito, e são incentivados, a “perguntar porquê /ask why”
Daniel Marques, Designer

Gestão de processos e carreiras

Há um conceito que é igualmente referido pela maioria: a vontade de “ajudar a fazer crescer” a equipa, os colegas ou a empresa. É o mesmo João Filipe Rodrigues que ajuda a explicar a ideia: “em cada situação, o meu objetivo é sempre fazer com que as pessoas cresçam e aumentem a sua autonomia. No fundo, o meu máximo sucesso é deixar de ser necessário. É esta postura que esbate a noção de hierarquia e em que cada um contribui com o seu máximo valor, porque não existe alguém a mandar, mas sim alguém a ajudar a pessoa a encontrar o seu caminho.” Alexandra Líbano Monteiro, Senior Director, People Success, revela um pouco mais sobre esta cultura, que “faz com que cada pessoa se sinta única, valiosa e a impactar diretamente o sucesso da organização. A nossa política de recursos humanos não trabalha apenas sobre um modelo de carreiras, mas contempla um conjunto de “Programas de People” (carreira, mobilidade, performance, treino, reconhecimento) que trazem o melhor de cada um ao de cima”. Desta forma, conseguem “potenciar o melhor de cada geração”.

"A nossa política de recursos humanos não trabalha apenas sobre um modelo de carreiras, mas contempla um conjunto de “Programas de People” (carreira, mobilidade, performance, treino, reconhecimento) que trazem o melhor de cada um ao de cima”
Alexandra Líbano Monteiro, Senior Director, People Success

Efetivamente, a evolução é real e uma constante. Pedro Cardoso, por exemplo, tem 40 anos, é Head of Digital Delivery e está na OutSystems há seis anos: “desde 19 de março de 2012, dia do Pai! Deu direito à alcunha “Pai Cardoso”, conta. Apelida a evolução na empresa como “uma montanha russa”. Foi contratado como Delivery Manager, mas acabou por começar como Analista Funcional, liderou uma equipa de desenvolvimento (a Apps Team), passou para a área de produto, começando por liderar uma equipa de desenvolvimento no R&D, passou depois por uma reestruturação e tornou-se arquiteto. “Pensei que era isto que queria fazer para a vida. Até fiz uma tatuagem com um coração e uns circuitos elétricos!”

The Small Book of the Few Big Rules/ O pequeno livro das poucas grandes regras

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Leitura indicada a todos os que começam a trabalhar na OutSystems, este é um guia onde se explicam as sete regras da casa.

  1. Ask Why/ Perguntar porquê
    Devemos querer conhecer o objetivo do nosso trabalho: porque é que é importante? Qual o objetivo? E devemos aceitar que nos perguntem porquê.
  2. The small crisis /A pequena crise
    Saber identificar e lidar com uma crise enquanto esta é pequena, para que não se transforme em algo difícil de resolver.
  3. Challenge the status quo /Questiona a forma como algo é normalmente feito
    Tentar perceber o panorama geral de uma questão e olhar para ela de outra perspetiva, ajuda a solucionar problemas que parecem inultrapassáveis.
  4. Be helpful / Ajuda
    Ser capaz de ajudar é tão importante quanto ser capaz de pedir ajuda.
  5. 80/20 ou Regra de Pareto
    É muito importante saber identificar prioridades e perceber que 20% das nossas ações resolve 80% dos problemas.
  6. Communicate to be understood/ Comunica para seres entendido
    Ser direto e, em simultâneo, colocarmo-nos no lugar do outro, facilita a comunicação. Mas saber ouvir é tão importante como saber falar.
  7. Excel / Excede-te
    O que quer que se faça, deve ser bem feito. Não se deve apresentar um trabalho de forma desleixada ou incompleto. É preferível fazer menos, mas bem.

Mas acabou por perceber que queria trabalhar com pessoas e tornou-se Manager, cargo onde hoje o encontramos. Esta é a melhor forma de perceber que o modelo de carreira que propõem – com um “Mapa de possibilidades” que está afixado numa das paredes do escritório de Linda-a-Velha – é mesmo real, e é para cumprir. E talvez ajude a explicar porque é que é uma das empresas com uma das maiores taxa de retenção de colaboradores do país. Mesmo quando se trata de colaboradores mais jovens – a geração millenial – conhecidos por ficar pouco tempo no mesmo sítio. Aqui são valorizados, desafiados diariamente e têm contacto com outros países e outras culturas. O mundo que procuram está nesta casa.

Há ir e voltar

É claro que há quem siga outros caminhos fora da OutSystems, mas também há quem vá e volte. Foi o caso de Daniel Marques, a trabalhar há quatro anos com a empresa, primeiro como consultor externo e, mais recentemente, como colaborador a tempo inteiro. No final de 2016, com 24 anos, pediu uma licença sem vencimento e foi viajar pelo sudoeste asiático. Quando regressou, voltou para a mesma equipa, mas agora como colaborador OutSystems e não como consultor. “Uma das coisas que acho difícil de acontecer em qualquer outro lado, foi a abertura e incentivo que tive por parte do meu manager para tirar a licença. Inclusive, foi-me dito que, se durante esse período, mudasse de ideias, não haveria nenhum problema em seguir outro caminho profissional, mas estariam sempre de braços abertos para me receber de novo, quando eu achasse mais indicado”. E ele voltou.

A voz da experiência

A média de idade na OutSystems é de 35,5 anos, mas há colaboradores entre os 18 e os 62 anos. Tânia Dimas está algures entre os dois. Aos 48 anos, é Team Leader da equipa de Customer Success Enablement e está na empresa há 10 meses. Veio criar uma área nova e sente o mesmo espírito de abertura, de ajuda e partilha: “O espírito de equipa é extraordinário. É fácil expor uma situação difícil e esperar que alguém se ofereça para ajudar a resolver”. Acrescenta ainda que “a cultura permanente do “Ask Why” facilita muito a comunicação e a partilha de informação”.

Também ajuda o facto da empresa promover diversos momentos de descontração, individual ou em grupo. Como a copa, onde há sempre fruta, água, iogurtes ou barras de cereais à disposição, com frigorífico, microondas, espaço para se fazer uma refeição e uma vista desafogada. Ou a mesa de pingue-pongue e de snooker, para testar o espírito de competição amigável. E ainda o grupo de futebol ou a banda que pode abrilhantar alguns encontros mais informais. Sem esquecer o espaço preparado para as bicicletas – para quem as usa como meio de transporte – com acesso aos balneários, para se refrescarem antes de começar a trabalhar. Há, igualmente, pequenas ilhas no meio dos open space com sofás para reuniões rápidas ou mesas onde se pode trabalhar de pé para evitar estar tanto tempo sentado. E as salas com nomes de personagens da série “Star Wars” ou “Guerra dos Tronos”, que permitem que o lado criativo esteja sempre a ser estimulado e “convidado” a participar em todos os projetos.

“O espírito de equipa é extraordinário. É fácil expor uma situação difícil e esperar que alguém se ofereça para ajudar a resolver”.
Tânia Dimas

Assim também se explica que a empresa de Paulo Rosado tenha conhecido uma evolução exponencial nos últimos 17 anos, que esteja presente em 52 países e atue com mais de duas dezenas de indústrias. Em Portugal, além do escritório localizado em Linda-a-Velha (Oeiras), tem dois polos no norte e centro do país: em Braga e em Proença-a-Nova. No estrangeiro, conta com instalações nos Estados Unidos (Atlanta e Boston), Reino Unido, Holanda, Emirados Árabes Unidos, Singapura, Japão e Austrália. Aguardemos, agora, para ver que destinos e projetos estão reservados para esta empresa com um pé em Portugal e o outro no mundo, já identificada como o próximo unicórnio português.

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