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A 6 de novembro, Sam Altman liderou o primeiro evento e programadores da OpenAI. Onze dias depois, foi despedido

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A 6 de novembro, Sam Altman liderou o primeiro evento e programadores da OpenAI. Onze dias depois, foi despedido

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OpenAI. Um choque de ideias, uma traição, um despedimento e uma contratação surpresa: os ingredientes da novela que agita Silicon Valley

O rosto do “boom” da IA foi despedido da OpenAI. Pouco se sabe sobre os motivos do que já é visto como um golpe mas nas entrelinhas fica a ideia de tensão e confronto interno sobre a visão para a IA.

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“Move fast and break things”, avança depressa e parte coisas, é um mote associado ao Facebook, mas também poderia ser usado para descrever Sam Altman, a cara do “boom” da inteligência artificial (IA). Nunca escondeu os receios que tem sobre a tecnologia que ajudou a desenvolver, mas nunca deu sinais de querer parar. Apesar dos apelos dos especialistas, que chegaram a pedir uma pausa no desenvolvimento para refletir sobre as consequências da IA generativa, a OpenAI já apresentou duas versões do “motor” do ChatGPT.

Há um ano que a OpenAI anda nas bocas do mundo. O ChatGPT tomou o mundo de assalto, tornando-se no serviço de consumo com o crescimento mais acelerado; semanalmente, é usado por 100 milhões de pessoas. A avaliação da startup, criada em 2015 por uma equipa encabeçada por Sam Altman, foi acompanhando toda a atenção – depois de a Microsoft reforçar o investimento, é estimado que ronde os 80 mil milhões de dólares.

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Mas a atenção também terá agravado a disputa a nível interno, e a vontade de Altman de avançar depressa não seria do agradar de todos, escrevem meios como o Financial Times e o New York Times. Dentro de portas, o confronto entre crescimento versus segurança era cada vez mais visível. De um lado, a fação de Altman queria sempre mais – mais modelos, mais utilizadores e cada vez mais funcionalidades. Do outro, Ilya Sutskever, co-fundador da OpenAI que lidera a área de investigação, estaria a ficar cada vez mais preocupado com os perigos da tecnologia que estava a ser desenvolvida.

Ilya Sutskever é uma das figuras principais de um golpe que agitou as fundações da OpenAI, deixando Silicon Valley de boca aberta pela surpresa do despedimento de Sam Altman. O norte-americano foi despedido na sexta, tentou negociar o regresso no sábado, procurou alguns investidores para criar uma nova empresa no domingo e, num plot-twist, foi contratado pela Microsoft na segunda.

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Os desenvolvimentos ligados à OpenAI começaram a ganhar contornos de novela, que provavelmente nem o ChatGPT conseguiria escrever. Até Elon Musk, que em tempos fez parte do grupo fundador da OpenAI, estava atento aos desenvolvimentos. Na rede social que comprou no ano passado, o X, antigo Twitter, os utilizadores não resistiam às comparações. “O despedimento de Sam Altman é talvez o pior desde o despedimento de Steve Jobs da Apple”, escreveu um utilizador.

“Isto é como a Apple despedir o Steve Jobs mas só que estão a fazê-lo depois de o iPhone se ter tornado o computador mais vendido da história”, escreveu Ashlee Vance, jornalista da Bloomberg.

Em 1985, quando a empresa já era relevante no mercado de computadores, Jobs foi despedido da Apple por uma disputa com o conselho de administração que não gostava do seu estilo demasiado confrontacional. Doze anos depois, em 1997, regressou à empresa que fundou e tirou da cartola vários produtos de massas, do iPod ao iPhone.

Depois do despedimento de Altman, com parcas razões para justificar o afastamento forçado, a OpenAI ainda terá tentado recuperar o ex-CEO. Não resultou. A Microsoft entrou em jogo. Mas a novela está longe do fim, com os trabalhadores a travar agora um braço de ferro com o conselho de administração. Centenas de funcionários fizeram um ultimato ao “board”: ou os membros abandonam as funções, já que “as decisões tomadas tornaram óbvio que não conseguem supervisionar a OpenAI”, ou centenas de funcionários vão “juntar-se à nova subsidiária da Microsoft, liderada por Sam Altman e Greg Brockman”.

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Um terramoto com epicentro numa perda de confiança, mas sem mais pormenores

Há duas semanas, Sam Altman liderou o primeiro evento de programadores da OpenAI. O estilo de discurso rápido e objetivo marcou a primeira apresentação pública da companhia. Menos de uma semana depois, Altman era afastado do cargo de CEO da empresa que ajudou a fundar.

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“A saída do senhor Altman segue-se a um processo de análise deliberativa feito pelo conselho de administração, que concluiu que ele não tem sido consistentemente franco nas suas comunicações com o conselho, dificultando as capacidades para que possa exercer as suas responsabilidades”, lê-se no comunicado intitulado “OpenAI anuncia transição de liderança”, divulgado sexta-feira à noite. “O ‘board’ já não tem confiança na sua capacidade para continuar a liderar a OpenAI.”

Entre agradecimentos aos “vários contributos do Sam para a fundação e crescimento da OpenAI”, nas entrelinhas ficou o lembrete de que a empresa foi “deliberadamente estruturada para avançar com a missão de garantir que a IA geral beneficia toda a humanidade”. Além do anúncio do despedimento de Altman, o comunicado indicava que também Greg Brockman, co-fundador, tinha sido afastado do cargo de presidente do conselho de administração.

A notícia aterrou com estrondo. “O Sam e eu estamos chocados e entristecidos com o que o ‘board’ fez hoje”, escreveu Brockman na X, anunciando que também se tinha demitido, em solidariedade com o CEO despedido. Brockman apresentou uma linha do tempo sobre os acontecimentos: na noite anterior ao despedimento, Altman recebeu uma mensagem de texto de Ilya Sutskever com um convite para uma conversa no dia seguinte. Foi feita uma videoconferência, através de Google Meet – por este relato, estavam presentes todos os membros do “board”, à exceção de Greg Brockman. “O Ilya disse ao Sam que ia ser despedido e que a notícia ia ser divulgada em breve.”

Minutos depois, Ilya falou com Brockman, também por videoconferência. Terá sido comunicado o despedimento de Altman e a sua remoção do conselho de administração. Nessa altura, o afastamento de Altman tornou-se público. Pelo que foi noticiado, só Mira Murati, diretora tecnológica, terá sido avisada na noite anterior para que estivesse preparada para assumir o cargo de CEO interina. Esteve apenas um fim de semana em funções.

Tornou-se cada vez mais claro o papel que o líder de investigação Ilya Sutskever teve nesta trama. O cientista israelo-canadiano, que nasceu na Rússia em 1986, tem uma visão publicamente cautelosa sobre o desenvolvimento da IA. Um dos seus conselheiros académicos é Geoffrey Hinton, um dos “padrinhos” da IA, que disse publicamente ter receio do rumo que esta tecnologia está a tomar. Sutskever terá sido o líder do golpe: de um total de seis membros do conselho de administração, número que incluía Altman e Brockman, houve quatro votos para afastar o CEO – Ilya Sutskever, Adam D’Angelo, da Quora, a empreendedora tecnológica Tasha McCauley, e Helen Toner, do Centro de Segurança e Tecnologia Emergentes da universidade de Georgetown.

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A constituição do conselho de administração ainda reflete o estatuto inicial da OpenAI como organização sem fins lucrativos. A Microsoft, que já investiu mais de 11 mil milhões de dólares na OpenAI, suspeitando-se que detenha 49% da startup de IA, não tem qualquer lugar na mesa do conselho. Segundo a Axios, a própria Microsoft só foi avisada do despedimento de Altman minutos antes de a informação se tornar pública.

Dada a estreita ligação entre a dona do Windows e a OpenAI, as ações da tecnológica tremeram com o despedimento de Altman, fechando o dia de sexta-feira no vermelho, a recuar 1,7%, para 369,84 dólares. Já ao fim dessa noite, na hora de Lisboa, e após vários comentários de gigantes de São Francisco, Satya Nadella veio reforçar a “parceria de longo prazo com a OpenAI”, garantindo que a tecnológica continuava “empenhada na parceria” e em trabalhar “com Mira e a equipa”, referindo-se à CEO interina. Contudo, o nome de Sam Altman ficou fora da publicação de Nadella. Uma semana antes, os dois tinham partilhado um palco em São Francisco, a garantir que “tinham a melhor parceria” para desenvolver a IA.

O turbilhão estava apenas a começar. Surgiram dúvidas sobre se o despedimento estaria ligado a falhas de segurança, o que determinou um memorando do “board” com a justificação de que a decisão devia-se a uma “quebra de comunicação entre Sam e os administradores”. Depois da demissão de Brockman, houve mais três saídas, em jeito de protesto – Jakob Pachocki, Aleksander Madry e Szymon Sidor, três executivos de relevo na OpenAI.

Os investidores também começaram a torcer o nariz à saída, que poderia pôr em risco a atenção da OpenAI no mercado. A Khosla Ventures, uma das primeiras investidoras na empresa, sublinhou que queria Altman de volta à liderança, mas sinalizou que “apoiaria tudo o que ele fizesse a seguir”.

Nas redes sociais, dezenas de funcionários da OpenAI partilhavam as publicações do CEO despedido, com corações. Altman podia não ter o apoio dos quatro membros do conselho de administração, mas ficou claro que tinha muitos trabalhadores do seu lado.

Rapidamente surgiram as nuvens de arrependimento e várias fontes garantiram à imprensa internacional que a OpenAI queria recontratar Sam Altman, 12 horas após o despedimento. “A primeira e a última vez em que vou usar uma coisa destas”, partilhou Altman no X, numa imagem em que é visto com um crachá de visitante da OpenAI, quando terá ido negociar o possível regresso.

No domingo, quando aparentemente as negociações tinham chegado a um impasse, circulavam as notícias de que Altman estava a tentar conquistar investidores para lançar a sua própria startup. Não seria a primeira vez que nasceria uma possível concorrente de um ex-funcionário da OpenAI – a Anthropic, apoiada pela Google, foi fundada por Dario Amodei, um ex-OpenAI. Algumas horas mais tarde, chegou ao fim a esperança de ver Altman de novo na liderança da dona do ChatGPT: ia passar a ser funcionário da Microsoft, assim como Greg Brockman, com a função de liderar uma unidade de IA avançada.

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“O verdadeiro vencedor do fim de semana é Satya Nadella”, resume Alex Heath, um dos editores do site norte-americano The Verge, no X. O CEO da Microsoft pode ter sido surpreendido pelo despedimento de Altman, mas agiu de forma rápida para aguentar o terramoto.

Na manhã desta segunda-feira, várias horas antes da abertura de Wall Street, Nadella anunciou a contratação de Sam Altman e também do co-fundador Greg Brockman. De acordo com o The Information, o anúncio da contratação foi feito apenas três horas depois de o co-fundador e líder do “board” pôr fim à especulação sobre o regresso de Altman à OpenAI – não ia mesmo acontecer.

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Numa publicação no antigo Twitter, Satya Nadella começou por reforçar o empenho na parceria com a OpenAI, no seu “roadmap” de produto e “capacidade de continuar a inovar”. Houve ainda uma palavra para Emmett Shear, o novo CEO da OpenAI e a nova equipa de liderança. No final, vinha o volte-face. “E estamos extremamente entusiasmados por partilhar a notícia de que Sam Altman e Greg Brockman, em conjunto com colegas, vão juntar-se à Microsoft para liderar uma nova equipa de investigação avançada em IA.” O CEO da Microsoft demonstrou também o entusiasmo em “avançar depressa e disponibilizar os recursos necessários” para o sucesso da nova equipa.

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Sam Altman e Satya Nadella no evento de 6 de novembro. Nos últimos dias, têm sido constantes os esforços do CEO da Microsoft para reforçar a manutenção da parceria com a OpenAI, mesmo sem Sam Altman

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“O espetáculo de circo da OpenAI durante o fim de-semana não é nada que Silicon Valley ou Wall Street já não tenha visto”, comentou no X Dan Ives, analista da Wedbush. Ives não tem dúvidas: a pressão para despedir Altman, aplicada por “um grupo de quatro pessoas no ‘board’” num “golpe falhado”, foi um “jogo de poker na mesa das crianças, que pensaram que estavam a ganhar, até Nadella e a Microsoft conquistarem tudo numa jogada de poker que fica para a história”.

E, de acordo com o mesmo analista, a Microsoft termina esta jogada “com uma posição na IA mais forte do que antes”. Numa nota disponibilizada já esta segunda-feira, Ives elabora que a Microsoft não terá querido arriscar perder Altman, que “poderia ter ido para a Amazon, Google, Apple ou um lote de outras empresas tecnológicas que estariam ansiosas de contratar a cara de inteligência artificial”.

No fim do dia, “muito provavelmente, a Microsoft reforça a sua posição do ponto de vista da IA”, considera também Paulo Rosa, do Banco Carregosa. Mas pode a criatura OpenAI sobreviver sem um dos seus criadores? O economista sénior do Carregosa considera que “a OpenAI sai fragilizada” mas que a parceria com a Microsoft se deverá manter, já que é um relacionamento “crítico”. Contudo, admite que a relação sai “beliscada”.

A “ligeira queda” das ações na sessão de sexta-feira foi revertida com as notícias da contratação de Altman e Brockman para liderarem uma nova equipa de investigação dentro da Microsoft. A tecnológica “esteve a valorizar cerca de 2%, mas, entretanto, já moderou os ganhos”, explica o economista.

Aos olhos dos analistas, rapidamente se tornou claro que a saída de nomes relevantes da OpenAI não deverá ficar por aqui. “Mais funcionários da OpenAI poderão em breve seguir Altman para a Microsoft, o que terá consequências bastante penalizadoras” para a startup, reconhece Paulo Rosa, do Banco Carregosa, ao Observador.

Já esta segunda, os trabalhadores da OpenAI iniciaram um braço de ferro com o ‘board’. “Até agora, a empresa onde trabalhamos e que valorizamos nunca esteve numa posição tão forte”, é possível ler-se numa carta aberta divulgada pela jornalista Kara Swisher e pela Wired, que já terá sido assinada por cerca de 650 de 770 funcionários. O despedimento de Sam Altman e a retirada de Greg Brockman do ‘board’ é vista como algo que “ameaçou todo o trabalho e minou a missão e a empresa”. “A vossa conduta tornou claro que não têm competência para supervisionar a OpenAI”, rematam os trabalhadores.

É feito o ultimato para que o conselho de administração se demita, a menos que o CEO demitido e Greg Brockman sejam readmitidos e que haja a nomeação de dois administradores independentes. Mira Murati é a primeira da lista de nomes. “Nós, os abaixo assinados, escolhemos demitir-nos e juntar-nos à nova subsidiária anunciada pela Microsoft e liderada por Sam Altman e Greg Brockman”, escrevem. Os funcionários garantem que a dona do Windows já “lhes garantiu que há vagas para todos os empregados da OpenAI, se escolherem juntar-se”.

E Ilya Sutskever, o suposto líder do golpe contra Altman, como fica? Para já, arrependido. “Estou profundamente arrependido da minha participação nas ações do conselho de administração”, escreveu no X, esta segunda-feira. “Nunca tive a intenção de prejudicar a OpenAI. Adoro tudo o que construímos juntos e vou fazer tudo o que conseguir para reunir a empresa.” Sutskever assinou a carta aberta a pedir a demissão do conselho de administração, onde tem uma posição.

Em três dias, três CEO diferentes. Quem é o senhor que se segue?

Quando se soube que já não havia forma de Altman regressar à OpenAI, a empresa anunciou a contratação de um CEO interino. Emmett Shear, o ex-líder da plataforma Twitch, foi nomeado para suceder a Sam Altman.

A nomeação de Shear, que até foi colega de Altman no primeiro lote de startups incubadas na Y Combinator, deu força à teoria de que a OpenAI quer moderar o ritmo no desenvolvimento de IA. O novo executivo é conhecido por defender publicamente a necessidade de segurança no desenvolvimento de IA.

Emmett Shear tem 40 anos e co-fundou a Twitch. Esteve mais de 16 anos à frente da empresa, permanecendo no cargo mesmo depois de a Amazon ter comprado a Twitch, em 2014, por menos de mil milhões de dólares. Abandonou a plataforma de vídeo em março deste ano, para dar atenção ao filho, que tinha acabado de nascer. É licenciado em ciências da computação pela universidade de Yale e, nos últimos meses, tem dado algum aconselhamento a startups da Y Combinator.

Na rede social X, explicou que aceitou o desafio de liderar a startup por ser uma “oportunidade que surge uma vez na vida”. “Aceitei este trabalho porque acredito que a OpenAI é uma das empresas de maior importância que atualmente existem”, acrescentou.

Para já, tem um plano de 30 dias – embora nem sequer se saiba se permanecerá durante esse tempo na companhia. Quer contratar um investigador independente para verificar o processo de afastamento de Altman, falar com a maior quantidade de funcionários, parceiros, investidores e clientes e reformar a equipa de gestão e de liderança, à luz das saídas dos últimos dias.

Na longa publicação, reforçou a ideia de que a saída de Altman “não foi motivada por qualquer desacordo em relação à segurança”, explicando que não é “louco o suficiente para aceitar este trabalho sem o apoio do conselho de administração para comercializar” os modelos da OpenAI. Até agora, não há resposta ao ultimato feito pelos trabalhadores, enquanto o número de signatários continua a crescer, revelou Lilian Weng, a líder de segurança da OpenAI.

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