Uma publicação viral de 26 de janeiro garante que Bill Gates, filantropo e fundador da Microsoft, é neto de Frederick Taylor Gates, homem que deu início à Fundação Rockefeller. O autor partilha uma suposta página de Wikipédia para justificar esta ligação familiar. Trata-se, no entanto, de uma publicação falsa.

Publicação viral alega que Bill Gates tem avô de outra fundação. É falso.

Olhando para os resultados da busca efetuada, com o objetivo de encontrar a tal ligação entre estas duas personalidades, o resultado é praticamente nulo. Ou seja, não existe qualquer prova, reportagem, artigo ou entrevista que diga que Bill Gates é neto de Frederick Taylor Gates.  Se consultarmos o blogue pessoal de Bill Gates, chegamos à conclusão de que não existe qualquer referência a Taylor Gates.

Por outro lado, de facto, Frederick Taylor Gates esteve ligado à Fundação Rockefeller, criada em 1913 nos Estados Unidos da América, tendo uma missão ligada à saúde pública e à filantropia. O seu trabalho esteve mais ligado a atividades de cariz social dentro dessa mesma fundação. Segundo outros fact-checkers internacionais, como o Check Your Fact, Taylor Gates esteve nessa fundação até ao ano de 1923. Basta consultar os arquivos daquela instituição para comprovar estes factos.

No entanto, nenhum fact check, desde o Check Your Fact, a agência Reuters passando pelo Colombian Check encontrou qualquer ligação familiar entre os dois, sendo certo que as alegações neste caso estavam associadas a um suposto contributo Taylor Gates para a disseminação da gripe espanhola de 1918. O avô de Bill Gates chamava-se William Henry Gates, viveu entre 1891 e 1969, e trabalhou na indústria dos móveis em Washington. Este facto foi comprovado por William Addams Reitwiesner, antigo membro do Congresso dos Estados Unidos da América que se dedicou a estudar a ascendência de várias figuras de relevo do país.

Conclusão

Não existe nenhuma ligação familiar entre Frederick Taylor Gates e Bill Gates. Não foi possível encontrar nenhum dado factual que corrobore esta ligação. Esta alegação já foi desmentida várias vezes por diferentes fact-checks internacionais.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook

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