Nas redes sociais estão a circular imagens em que se veem crianças a serem maquilhadas e defende-se que aquela é uma forma usada pelos palestinianos para “enganar os meios de comunicação social e a opinião pública”, com a sugestão de que o Hamas pretendeu incriminar Israel e que não há feridos em ataques.

No vídeo em causa vê-se uma criança sentada numa maca e um homem a pintá-la para parecer que está a sangrar, o que leva o autor da publicação a referir que estamos perante uma simulação de feridos provocados por um eventual ataque conduzido pelas forças israelitas. Mais à frente, bandeiras da palestina remetem para o resto do raciocínio traçado nas publicações em causa: o Hamas está a manipular imagens para parecer que há vítimas dos ataques de Israel.

Porém, as imagens que estão a ser divulgadas com esta mensagem pertencem a uma curta-metragem intitulada “The Reality”, que foi produzida no Líbano como um apoio à causa da Palestina. Aliás, nas contas de Instagram do realizador e de atores do filme há várias partilhas sobre o filme, sendo a publicação mais antiga do dia 29 de outubro.

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Mais do que isso, um dos atores do filme, Rami Jardali, depois de começarem a ser difundidas as imagens com acusações aos palestinianos, veio reiterar que se trata de um tributo de “atores libaneses” que terminou com uma “exploração” por parte dos “sionistas” — o que deita por terra a ideia de que havia imagens a ser manipuladas com o intuito de condicionar a opinião pública contra Israel e a favor do Hamas.

Conclusão

É falso que as imagens partilhadas nas redes sociais mostrem a simulação de um ataque de Israel contra território palestiniano. Apesar de essa ser a ideia que está a circular nas redes sociais, trata-se de uma curta-metragem libanesa de homenagem à Palestina, pelo que é possível ver a criança a ser pintada com sangue. As várias partilhas mostram que se trata de um filme e um dos atores veio esclarecer que o vídeo estava a circular com mensagens falsas e que descontextualizam aquelas imagens.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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