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Quis o destino (ou a agenda da Maria Ramos Silva, mas isso é muito menos poético) que eu vos escrevesse na semana em que a Maria Martinho foi visitar a fábrica de gravatas Vandoma. Eu, que até hoje (e não vos digo que idade tenho, mas é uma idade média) não sei fazer um nó de gravata. Nenhum nó. A não ser que esteja a ver um tutorial no Youtube. Aí desenrasco-me. Aliás, foi sempre assim que me desenrasquei em muitas das ocasiões em que tive de usar uma gravata. Não tenho nada contra, só nunca estabeleci qualquer tipo de relação com o dito objeto. O que é que isto diz de mim? Julgo que absolutamente nada. Mas ainda bem que tenho esta falha no currículo, porque assim fica arrumado o primeiro parágrafo desta newsletter. |
Ao segundo parágrafo devo dizer-vos que gosto muito da palavra Vandoma, que dá nome da fábrica e que é também a freguesia do concelho de Paredes onde os pais do criador da marca em questão sempre viveram. Isto além da Nossa Senhora da Vandoma, claro, a padroeira da cidade do Porto. Podem ter dúvidas sobre a relevância de todas estas informações neste preciso momento, mas chegará o dia em que este pedaço de trivia será útil. Talvez aí se lembrem desta newsletter. |
Chegados ao parágrafo três, estacionamos no número 992 da Rua de Costa Cabral (a rua mais extensa do Porto, para o caso de continuarem numa de informação-útil-sabe-se-lá-quando). É aqui que se fabricam as gravatas, a partir da matéria prima vinda de Itália. Ou, nas palavras da Maria Martinho: |
Se antigamente os acessórios eram cosidos manualmente, hoje bastam 12 minutos para fazer uma gravata do início ao fim e por dia são confecionadas 400 unidades dentro destas portas. Na zona de produção a música que soa de um rádio portátil mistura-se com as agulhas ritmadas das máquinas de costura e as sete funcionárias trabalham concentradas e silenciosas. Se uma está a finalizar gravatas de nó feito para serem incluídas no uniforme de um colégio, a outra faz bainhas de lenços de bolso e uma outra está de pé a passar a ferro gravatas de lã para depois serem embaladas. “Fazer uma gravata é como montar um puzzle.” |
Cinco parágrafos e estamos quase a ir embora. Mas antes recordemos que de nada nos vale uma boa gravata (e “nós” significa homem, mulher, criança ou adulto, nunca é de mais lembrar) se não houver onde comer e beber para a podermos desviar a fim de escapar das nódoas. Pode ser um desafio, mas se fosse fácil não teria graça nenhuma. Por isso, deslize por esta newsletter e descubra mesas boas para saborear. E pelo caminho vai encontrar sugestões de livros e filmes, para que não lhe falte nada (aliás, é por isso que a Maria Ramos Silva volta na próxima semana). |
Até à próxima. |